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sábado, dezembro 25, 2010

Memorabilia - Bearzot

Para muitos, em especial para os brasileiros, o nome Enzo Bearzot está intimamente ligado a chamada Tragédia de Sarriá, quando uma das melhores seleções brasileiras de todos os tempos foi eliminada pela Itália de Paolo Rossi, que alguns dias depois seria campeã do mundo no Santiago Bernabeu contra a então Alemanha Ocidental (abaixo, no meio da multidão, Bearzot exatamente ao lado de Pablito Rossi - Getty Images).
Porém, a pecha de algoz do time de Telê Santana não condiz com o caráter desse que é o treinador que mais comandou a Azzurra (computando apenas as oficiais, 88 partidas contra 87 de Pozzo) e que, reconhecidamente, era, essencialmente, um "uomo di grandi valori" (Bruno Conti) e "di un’onestà cristallina" (Dino Zoff).
Mas, se o auge da carreira de treinador de Bearzot é bastante conhecido, menos é sua história dentro dos gramados.
Nascido em Aiello del Friuli aos 26 de setembro de 1927 em uma família abastada (seu pai era diretor de banco), o jovem Enzo pode freqüentar os melhores colégios que o proporcionaram uma formação bastante sólida, mas sempre encontrou tempo para também praticar seu esporte predileto, o futebol!
Em 1946, aos 18 anos, o calcio efetivamente deixou de ser apenas um divertimento na vida de Bearzot quando este foi levado por um dirigente ao Pro Gorizia, então na Serie B.
Centrocampista difensivo dotado de grande poder de marcação e excelente senso de antecipação, Bearzot logo trocou o campionato cadetto pela poderosa Internazionale (ao lado - Inter), onde permaneceu de 1948 a 1951 e com a qual estreou na Serie A na vitória contra o Livorno por 3 x 1 válida pela 11ª rodada do torneio 1948/1949.
Ainda bastante jovem, Bearzot, obscurizado em um elenco repleto de estrelas, acabou cedido ao Catania, onde teve oportunidade de jogar com maior continuidade (na foto abaixo, à direita, uma formação etnea na temporada 1952/1953, sendo que Bearzot é o 2º jogador em pé, da esquerda para a direita - Panini) e amadurecer como uomo e calciatore.
Obtida a promoção à Serie A ao final da temporada 1953/1954, Bearzot foi contratado pelo Torino, que se tornaria l'amore della sua vita di giocatore.
Titular do Toro desde o início de sua aventura granata, Bearzot, que não era um primor tecnicamente, marcou seu 1º gol na Serie A ainda no campeonato 1954/1955 ... e logo o decisivo na vitória contra o Catania por 1 x 0 em 26 de dezembro de 1954, pela 13ª giornata.
Versátil, capaz de atuar com desenvoltura também na defesa, Bearzot, em sua 2ª temporada no Torino (ao lado com a mítica maglia granata - Corriere della Sera), acabou coroando suas boas atuações com a convocação do allenatore Foni para defender a Itália contra a Hungria em Budapeste.
Porém, quis o destino que coubesse ao Vecio logo o cômputo de marcar o lendário Puskas, autor de 1 dos gols húngaros na vitória sobre a Azzurra por 2 x 0, que acabou sendo a única aparição de Bearzot como jogador no selecionado principal da Itália.
No campeonato 1956/1957 Bearzot acabou retornando à Internazionale, desta vez como titular em um time que tinha como astros o atacante Lorenzi (conheça mais acessando http://calcioseriea.blogspot.com/2007/05/memorabilia-lorenzi.html) e os meias Pandolfini e Skoglund, mas contava também Masiero (vide http://calcioseriea.blogspot.com/2009/04/memorabilia-masiero.html) e acabou sucumbindo diante das idéias diametralmente opostas de Frossi e Ferrero, escolhidos para comandar a Beneamata pelo presidente Angelo Moratti e posteriormente substituídos pelo solito Meazza.
Aí, de volta ao Torino, Bearzot transcorreu outras 7 temporadas, se tornando mesmo capitano da equipe (na foto abaixo, o capitão Bearzot em jogo contra o Genoa - La Stampa).
Em 1964, depois de 205 partidas com o Torino na Serie A (que devem ser somadas a outras 46 com a Inter para totalizar as 251 aparições de Bearzot nella massima serie), aos 37 anos, Il Vecio se despediu dos gramados para exercer, após um breve período como treinador de goleiros, o mister di allenatore.
Assistente de Nereo Rocco e posteriormente de Edmondo Fabbri, Bearzot teve apenas uma breve experiência como técnico no Prato (na Serie C) antes de ingressar nei quadri federali, inicialmente como treinador de categoria de base e, depois da Copa do Mundo de 1974, já do selecionado principal, o qual conduziu brilhantemente nas edições seguintes de 1978 e 1982, fechando seu ciclo com a Copa do Mundo do México em 1986.
Muito querido pelos seus comandados, o técnico Bearzot tinha como principal característica extrair o máximo empenho de seus jogadores, formando grupos muito unidos.
Apontado como o idealizador do silenzio stampa que caracterizou a expedição italiana na Copa de 1982, seu modo de pensar pode ser sintetizado pela seguinte frase, de autoria do próprio Bearzot: "Il calcio pare esser diventato una scienza, anche se non sempre esatta. Tuttavia, per me, si tratta prima di tutto e sopratutto di un gioco" (algo como, em tradução livre: "O futebol parece ter-se tornado uma ciência, ainda que nem sempre exata. Mas, para mim, antes e acima de tudo, trata-se de um jogo").
Já a devoção dedicada por seus jogadores teve uma clara demonstração no último dia 23, data em que ocorreu o funeral de Bearzot e que registrou a presença de nada menos do que 13 dos seus comandados na Copa do Mundo de 1982 (lembrando que o líbero Scirea, um que indubitavelmente nutria grande declaração pelo allenatore, a ponto de declarar que de Bearzot absorveu "quella straordinaria umanità che è la base di ogni sucesso", já faleceu), todos muito emocionados e uníssonos em declarar a grandeza de Enzo.
Abaixo, um vídeo produzido pela RAI 3 com raras imagens de Bearzot como jogador, enquanto o link http://www.quattrotratti.com/2009/10/tecnicos-enzo-bearzot.html leva a um excelente texto de Braitner Moreira sobre as características do Vecio como treinador.

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Na Última Vez ...

sexta-feira, dezembro 24, 2010

Feliz Natal!


Um Natal repleto de alegria, felicidade e, principalmente, muita saúde são os votos do 'Calcio Serie A' para todos os seus amigos!

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Especulações Da Semana


Com a proximidade das festas de final de ano, o Calcio Serie A gostaria de agradecer os mais de 100.000 amigos (segundo o contador Site Meter) que passaram por aqui e presenteá-los com o retorno da 'Especulações Da Semana' ainda neste mês de dezembro.
É verdade que a abertura da sessione del calciomercato invernale só ocorrerá no próximo dia 03 (uma segunda-feira), mas já é possível tentar antecipar algumas das transações que irão movimentar o futebol italiano em janeiro.
No meio de muitas especulações, as envolvendo possíveis partenze de brasileiros merecem destaque, vez que alguns jogadores importantes podem estar deixando a Itália, dentre eles o rossonero Ronaldinho (ao lado - Botterill), que pode voltar ao Brasil ou mesmo ir para o futebol norte-americano.
Além de Ronaldinho, o goleiro Diego Cavalieri e o meia Mancini, pouquíssimos aproveitados, respectivamente, por Cesena e Inter, aparecem como partenti em quaisquer listas, assim como os giallorossi Doni, Cicinho e Júlio Baptista.
Já Adriano, até poucos dias atrás muito cotado para defender o Corinthians, tem dado entrevistas de que permanecerá na Lupa Capitolina após ter atuado como titular contra o Milan na última rodada do ano.
Aliás, a Roma, em ótimo momento no campeonato, parece - mesmo sem definir seu imbroglio societário - intencionada a se reforçar e uma das posições consideradas carentes seria a lateral-direita, com o suíço Behrami (ex laziale e atualmente no West Ham) e o marfinense Eboué (Arsenal) muito cotados para desembarcar em Trigoria.
Agora, só pode ser fantacalciomercato, mas uma contratação que vem sendo aventada nos últimos dias é a do inglês Beckham, que estaria desejoso de voltar a jogar na Europa, mas não no Milan ...
Falando em Milan, o time de Berlusconi deve protagonizar a primeira contratação de impacto tão logo comece janeiro com a chegada de Cassano, que já deve se integrar ao plantel rossonero ainda este ano na excursão programa para Dubai.
Além de Fantantonio, outros blucerchiati que podem terminar o campeonato defendendo as cores preto e vermelho são o lateral Ziegler e o meia Poli.
Por sua vez, realizando uma annata bem aquém das expectivativas para quem, na última, conseguiu uma das almejadas vagas para a Champions League, a Sampdoria está atrás de alguém que possa ocupar o posto de Cassano e um dos indicados seria o ex granata Rosina, pouquíssimo aproveitado no Zenit de Spalletti.
Pior é que, depois de perder também seu d.s. Gasparin, a Sampdoria ainda corre o risco de ficar sem seu avante Pazzini, cobiçado pela Juventus.
Mas, embora esteja declaradamente atrás de um atacante, Pazzini, assim como o bosníaco Dzeko, são considerados objetivos muito difíceis, sendo mais factível que, em janeiro, a Vecchia Signora acerte com um dentre Benzema (Real Madrid), Huntelaar (Schalke o4) ou os bávaros Gomez e Klose (acima - Hartmann).
Este último por sinal, está no alto da lista do presidente laziale Lotito, que ainda tem os atacantes Almeida (Werder Bremen), Bendtner (Arsenal) e Santa Cruz (Manchester City), assim como os laterais Santon (Inter) e Ziegler (Sampdoria).
Satisfeito com o desempenho do seu Napoli, o presidente De Laurentiis, entretanto, quer aproveitar a próxima sessão de mercato para reforçar o plantel a disposição de Mazzarri, tendo como prioridade um defensor, com os nomes de Britos (Bologna), Moretti (Genoa), Ogbonna (Torino) e Papastathopoulos (Milan) sendo os mais palpáveis.
Para completar o panorama da semana, vale lembrar que a Inter só deve se movimentar após defenir o nodo que virou a situação de seu treinador Benitez, cada vez mais na corda bamba ...

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Você Sabia ...


* Que, além dos 8 centenários (jogadores que ultrapassaram a marca dos 100 gols na Serie A - vide link 'Na Última Vez ...' ao final do post), outros 6 jogadores em atividade no campeonato italiano já alcançaram a marca de 80 reti na máxima divisão do futebol italiano?
* Que o jogador mais próximo de entrar para o seleto rol dos centenários é o avante Toni (à direita - Cebrelli), que já realizou 99 gols defendendo Vicenza (9), Brescia (15), Palermo (20), Fiorentina (47), Roma (5) e seu atual clube, Genoa (3)?
* Que, em seguida, aparecem empatados o laziale Rocchi e o viola Mutu, ambos com 92, seguidos pelo milanista Ibrahimovic (89), pelo juventino Iaquinta (88) e pelo, até pouco, blucerchiato Cassano (80)?

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