O atacante Luca Toni, campeão da última Copa do Mundo com a seleção italiana, passou boa parte de sua carreira peregrinando pela Serie C1, a 3ª divisão do
Calcio, antes de chegar a elite do futebol mundial.
Nascido na diminuta Pavullo nel Frignano (menos de 15.000 habitantes), localizada na província de Modena, em 26 de maio de 1977, o grandalhão atacante (1,93 m e 88 kg) começou nas divisões de base do próprio Modena, então na Serie C1, onde estreou na temporada 1994/1995.
Com 19 anos, após mais uma boa temporada com o time de sua província natal, foi contratado pelo Empoli para jogar a temporada 1996/1997 na Serie B.
Porém, no time que seria vice-campeão da Serie B (e, portanto, promovido à Serie A), o jovem e desengonçado atacante não teria muito espaço (foram apenas 3 jogos e 1 gol), ante a presença dos atacantes Cappellini (ex-Milan) e Esposito (um também jovem Di Natale cravaria apenas uma presença na temporada).
Assim, o retorno à Serie C1 foi inevitável. Para piorar, jogando pelo Fiorenzuola, na temporada 1997/1998 foram apenas 2 gols em 25 jogos, o que custou ao atacante mais uma stagione na Serie C1, agora pelo Lodigiani.
Mas os 15 gols marcados com o 3º time da cidade de Roma na temporada 1998/1999 chamaram a atenção do Treviso, clube que o contratou para jogar a temporada 1999/2000, na Serie B.
Novamente Toni anotou 15 gols e finalmente recebeu uma chance na elite do Calcio, com o Vicenza (figurinha ao lado).
Na companhia do giramondo Kallon, Toni anotou 9 tentos logo na sua estréia na Serie A (inclusive uma doppietta no Ennio Tardini de Parma na 11ª giornata), mas não evitou a volta do Vicenza à Serie B (a equipe terminou na 16ª colocação, apenas 1 ponto atrás do Lecce e do Verona, que conseguiram escapar do rebaixamento).
Porém, Toni permaneceu na Serie A, indo jogar ao lado de Roberto Baggio no Brescia, com a responsabilidade de ter sido a contratação mais cara dos rondinelle até então.
Apesar dos 13 gols feitos na 1ª temporada no Mario Rigamonti (estádio do Brescia), a carreira de Toni somente iria, efetivamente, deslanchar quando o atacante optou por retornar à Serie B, na temporada 2003/2004, para defender o ambicioso Palermo.
E o atacante foi o jogador mais presente na campanha do time campeão da Serie B, com 45 presenças (em 46 jogos) e ainda levou a artilharia do torneio, com 30 gols (Cristiano Lucarelli, do Livorno, fez 29, vindo logo em seguida).
Antes de seu retorno à Serie A, as belas atuações (e os gols) de Toni na Serie B valeram a convocação para a seleção italiana dirigida por Lippi, onde fez sua estréia contra a Islândia em 18 de agosto de 2004.
Com o Palermo na Serie A, anotou 20 tentos na temporada 2004/2005 (terminando em 4º na tabela de artilheiros, atrás de Lucarelli, Gilardino e Montella) antes de se tranferir à Fiorentina (figurinha ao lado), time com o qual foi o artilheiro da Serie A na temporada passada com a incrível marca de 31 gols (nenhum jogador, até Toni, tinha alcançado a marca de 30 gols desde que o argentino Angelillo fez 33 na temporada 1958/1959)!
Convocado por Lippi para integrar o grupo italiano que foi campeão da Copa do Mundo, Toni acabou decepcionando no plano pessoal, tendo anotado apenas 2 gols nas 6 partidas que disputou na Alemanha.
De volta à Itália, Toni não começou bem a temporada atual, mas vem se recuperando nas últimas rodadas, já tendo chegado a 9 gols.
Mas o certo é que Luca Toni não é mais o desengonçado atacante de alguns anos atrás, tendo se tornado um atacante matador, ao ponto de ter se tornado... Luca Gol!