Um jogador tão elegante que o jornalista Vladimiro Caminiti o definiu como "il ragazzo che correva guardando le stelle" - assim foi Giancarlo Antognoni (foto abaixo - Guerin Sportivo), idolo indiscusso della Fiorentina nas décadas de 70 e 80.
Nascido em 1º de abril de 1954 em Marsciano, uma pequena comuna na Umbria, província de Perugia, Antognoni iniciou sua carreira no Astimacobi,
squadra piemontese di Serie D, mas ainda em 1972 foi contratado pela equipe de Florença por um elevadíssimo valor para a época (435
milioni).
Sua estréia na Serie A ocorreu em 15 de outubro de 1972 em Verona, lançado pelo mítico Nils Liedholm, que tinha tamanha confiança no ragazzo que, em uma entrevista concedida ao periódico La Nazione no mesmo mês, quando questionado sobre uma eventual comparação com o astro Rivera, respondeu: "Speriamo che diventi se stesso, cioè quello che promette di essere".
Logo guindado a ídolo e capitão viola, Antognoni fez uma longa carreira na Fiorentina, só a deixando na temporada 1987/1988, após 341 jogos e 61 gols na Serie A, para encerrar a carreira no futebol suíço.
Porém, apesar do talento imenso, Antonio, como os torcedores apelidaram o centrocampista con compiti di regia, só conquistou 1 único título in maglia viola: a Copa Itália de 1974/1975.
Culpa, primeiramente,
de times pouco competitivos na década de 70, mas também de muita falta de sorte durante a década seguinte.
Por exemplo, quando a família Pontello adquiriu o clube viola no início dos anos 80, chegaram campeões como os argentinos Bertoni e Passarella e italianos como Graziani, Oriali e Pecci, que vieram a se juntar a giovani promesse como Massaro e Monelli, mas na mesma época il numero 10 viola (foto à direita - Guerin Sportivo) sofreu a 1ª de suas dolorosas contusões.
Foi mais precisamente em 22 de novembro de 1981 contra o Genoa: la palla rimbalza sulla linea di gesso, schizza in aria, o joelho do goleiro rossoblu Silvano Martina termina na testa de Antognoni, que cai imóvel em campo, tendo seu coração parado de bater... .
Apesar da gravidade do incidente, o capitano viola retornou a campo 13 semanas depois, a tempo de disputar o vitorioso mundial da Espanha.
Porém, Antognoni sofreu ainda outra contusão gravíssima, desta vez em jogo contra a Sampdoria válido pela temporada 1983/1984, quando uno scontro con Luca Pellegrini resultou em fratura de tíbia e perônio (seu desespero na foto abaixo - Sabe).
Depois de mais um ano e meio longe dos campos, Antonio voltou para comandar uma Fiorentina di giovanissimi (Baggio, Berti e Di Chiara) e vecchie glorie (Gentile, Maldera, Oriali), que tinha como ponta de diamante o artilheiro argentino Ramon Diaz, realizando diversas atuações exuberantes antes de encerrar sua carreira no Lausanne.
Na seleção italiana, Antognoni fez sua estréia em 20 de novembro de 1974 (aos 20 anos) contra a Holanda de Cruijff, terminado 3 x 1 para a seleção orange.
Se
the voice Sandro Ciotti havia afirmado "
oggi ho visto esordire un campione" logo na estréia de Antognoni na Serie A, também seu
esordio na
Azzurra foi marcante, apesar da derrota: lançamentos precisos (inclusive o que resultou o gol italiano, marcado pelo
avante Boninsegna), chutes potentes (até um que entrou no ângulo do gol defendido por Jongbloed, mas que foi erroneamente anulado pelo árbitro soviético Kasakov) e movimentação incessante fizeram parte de seu repertório naquele dia.
Pré-selecionado para o mundial de 1974, acabou participando de sua 1ª Copa do Mundo apenas em 1978, quando a Itália terminou em 4º lugar (na foto ao lado - Sabe - contra o Brasil na partida válida pelo 3º lugar, contra Batista e... Cerezo!).
Antognoni também participou da Copa do Mundo de 1982 (foto abaixo - Herringshaw), quando era, provavelmente, o maior talento da equipe campeã e fez uma soberba apresentação contra o Brasil.
Mas, a sfortuna que acompanhou o craque em praticamente toda a sua carreira, também o impediu de disputar a finalíssima de Madrid contra a Alemanha Ocidental, em decorrência de uma entrada violenta do polonês Zmuda.
Em 1983, Antognoni fez a última de suas 73 aparições com a Azzurra, com a qual marcou 7 gols.
Posteriormente, o craque sem sorte exerceu a função de Direttore Generale da Fiorentina.