Recentemente, o nome de Giorgio Chinaglia voltou às primeiras páginas dos jornais e às escaladas dos programas televisivos, mas, infelizmente, de maneira não muito elogiosa: o antigo atacante estaria envolvido com a Camorra, a máfia napolitana, em uma tentativa de lavagem de dinheiro e extorsão envolvendo sua antiga equipe, a Lazio.
Neste momento, Chinaglia, atualmente com 61 anos e vivendo entre a Itália e os Estados Unidos, é um foragido da justiça italiana...
Nascido aos 24 de janeiro de 1947 em Carrara, Chinaglia passou boa parte de sua infância em Swansea, no País de Gales, onde sua família administrava um restaurante italiano, tendo, inclusive, começado sua carreira de futebolista no Swansea City.
De volta à Itália em 1966, Long John passou pela Massese e pelo Internapoli, sempre na Serie C, até chegar à Lazio, recém promovida à Serie A, para o campeonato 1969/1970.
Ventiduenne, Chinaglia logo venceu a perplexidade inicial dos torcedores biancocelesti demonstrando ser um legítimo e profícuo atacante matador, realizando 12 gols (mesmo número de Boninsegna e Prati, principais marcadores, respectivamente, de Inter e Milan no torneio) em sua primeira aparição na Serie A (acima - Guerin Sportivo - um jovem Chinaglia em ação).
Não obstante os 9 tentos anotados por Giorgione no campeonato seguinte, a Lazio treinada pelo lendário Juan Carlos Lorenzo acabou rebaixada à Serie B.
Depois de um longo tira e molla com os dirigentes, Chinaglia disputou o campeonato cadetto da temporada 1971/1972 e terminou como capocannoniere da competição com 21 gols, importantíssimos para o retorno dei laziali in Serie A.
Antes mesmo de fazer sua reestréia na principal divisão do futebol italiano, Chinaglia fez seu esordio na Azzurra, entrando no lugar do juventino Anastasi na gara amichevole disputada contra a Bulgária em Sofia no dia 21 de junho de 1972 e logo foi marcando o tento italiano.
Atacante dotato di grande forza fisica (com um corpanzil de 80 kg distribuídos por 1,86 m) e excelente faro de gol, Chinaglia (à esquerda - Guerin Sportivo) foi peça importantíssima na Lazio de Tommaso Maestrelli, que terminou em 3º lugar logo em seu retorno à Serie A.
Porém, ao lado dos vários Wilson e Re Cecconi, Chinaglia surpreendeu ainda mais ao conduzir uma Lazio all'olandese ao Scudetto da temporada 1973/1974, quando Long John realizou 24 gols e, além de campeão, terminou como artilheiro da Serie A.
Foi o auge da carreira do atacante, que partiu para a Copa do Mundo de 1974 como titular da Azzurra, posto que perdeu depois de problemas com o c.t. Valcareggi, que incluíram um convite, bastante teatral, a ir a quel paese realizado pelo atacante após uma substituição não muito bem digerida...
Lamentavelmente, aquela Lazio estupenda não demorou a ruir, até em razão da doença mortal que acometeu Maestrelli e, Chinaglia, depois de outros 14 tentos no campeonato 1974/1975, ao final do torneio seguinte também percebeu que sua
avventura laziale era
finita.
Então, depois de 98 gols anotados no campeonato italiano (sendo 77 na Serie A), o que o fazem o 3º maior artilheiro laziale, Chinaglia foi tentar a aventura nos Estados Unidos, onde se juntou a Beckenbauer, Carlos Alberto e, principalmente, Pelé, no New York Cosmos.
Com 193 gols em 213 partidas, Long John comprovou sua excelência também na América e se tornou o maior marcador da história da NASL, a famosa (e de vida breve) North America Soccer League, se sagrando artilheiro nos anos de 1976, 1978, 1980, 1981 e, ufa, 1982.
Autêntico mito para os tifosi laziali, Chinaglia retornou à Itália e, especialmente, à Lazio, em 1983, então como presidente, cargo que ocupou até 1986, quando cedeu a sociedade a Gianmarco Calleri.
Infelizmente, em 2006 e novamente agora, Giorgione (acima, portando o scudetto - Panini) tem procurado retornar à Lazio, mas pela porta de fundo.
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