Blog sobre o Calcio (como os italianos chamam o futebol), em especial o campeonato da Serie A.
sábado, março 06, 2010
Final de semana será movimentado!
Neste final de semana será realizada a 27ª rodada da Serie A 2009/2010 e com ela vários jogos imperdíveis!
Para começar, às 13h55 de sábado (horário de Brasília) acontecerá Fiorentina x Juventus, que terá transmissão da ESPN, ESPN HD, RAI e TV Esporte Interativo.
Atravessando um momento delicado na Serie A (apesar do empate obtido in extremis contra a Lazio na última giornata), a Viola não deve poupar esforços, embora tenha um importantíssimo confronto contra o Bayern na próxima terça pela Champions League, e até o peruano Vargas, fora de sua melhor condição física, deve ir para o jogo, formando com Marchionni e Jovetic o trio de armadores dietro Gilardino, com Montolivo (abaixo - Getty Images) e o ex Zanetti completando o meio de campo.
Já a Juventus, que vem de uma deludente derrota para o Palermo em plena Turim, deve ter os brasileiros Felipe Melo e Diego em campo, juntamente com Del Piero e Trezeguet, com Iaquinta reaparecendo no banco.
Um pouco mais tarde, ainda no sábado, com início às 16h45, acontece o 'Match Clou' Roma x Milan, jogo de fundamental importância para o deslinde do campeonato e objeto do 'L'Enigma' da semana! A partida do Olimpico di Roma terá cobertura, ao vivo, da ESPN Brasil e da RAI.
No domingo, a primeira atração será Bologna x Napoli, que terá cobertura da ESPN, SporTV e RAI a partir das 10h55, com o brasileiro Adailton, depois da tripletta contra o Genoa, formando o ataque rossoblù com o uruguaio Zalayeta. No mesmo horário, jogam ainda Atalanta x Udinese; Bari x Chievo; Cagliari x Catania; Palermo x Livorno; Sampdoria x Lazio e Siena x Lazio. Por fim, completa a rodada o posticipo Inter x Genoa, que terá transmissão, ao vivo, da ESPN Brasil, SporTV, RAI e TV Esporte Interativo a partir das 16h45 (sempre horário de Brasília). Vindo de uma surpreendente derrota frente ao Bologna no Marassi por 4 x 3 e com a goleada sofrida no girone d'andata por 5 x 0 ainda engasgada, o Genoa pretende dificultar a vida da Beneamata com o ofensivo 4-3-3, escalando os velozes Palacio, Suazo (à esquerda - Getty Images) e Sculli no ataque. Já a Inter, que voltará a ter Samuel no centro da zaga (ao lado de Lúcio), deverá ter Eto'o ao lado de Milito no ataque, com Balotelli como opção para o decorrer da partida. Vai ser realmente um final de semana incrível!
Canceladas as edições previstas para 1942 e 1946 em decorrência da Segunda Guerra Mundial, a Copa do Mundo teve sua quarta edição realizada apenas no ano de 1950, no Brasil.
Prevista para ter 16 participantes, a competição novamente sofreu com baixas importantes, já que Tchecoslováquia e Hungria, além de Alemanha e Japão, sequer participaram do torneio eliminatório e Escócia, Índia e Turquia, classificadas para a Copa, desistiram de participar do torneio (o caso mais curioso foi o dos indianos, que não viajaram porque a F.I.F.A. não autorizou que seus jogadores atuassem descalços!).
A Argentina, por causa de uma greve dos jogadores e do êxodo de alguns de seus melhores valores (dentre os quais Di Stéfano) para a famosa liga pirata colombiana, também não tomou parte sequer das Eliminatórias, assim como Peru, Equador, Áustria e Bélgica. A própria Itália, ainda sentindo os efeitos da Segunda Guerra Mundial, só participou da competição por insistência da F.I.F.A., que custeou as despesas da Azzurra.
Assim, apenas 13 seleções participaram da competição (França e Portugal ainda foram convidadas a participar, mas declinaram do convite) que foi realizada entre 24 de junho de 16 de julho e teve uma fórmula de disputa inédita - pela primeira vez as seleções foram divididas em grupos e não houve final, mas um girone finale disputado pelas primeiras colocadas de cada grupo.
Inserida no Grupo 3, ao lado de Suécia, Paraguai e da desistente Índia, a Itália chegou ao Brasil em pleno caos, enfraquecida não só pela tragédia de Superga - quando sucumbiu toda a delegação do Grande Torino que havia vencido 5 scudetti e formava a base do selecionado italiano (na foto do alto, contra a Hungria em 11 de maio de 1947, a Itália formou com 10 jogadores do Torino - com apenas o straniero Sentimenti IV, goleiro da Juventus - Guerin Sportivo), mas também pelo fato de uma preparação totalmente inadequada. Comandados por uma comissão presidida pelo cartola Ferruccio Novo, dirigente do Torino, os italianos viajaram para o Brasil de navio, enfrentando 16 dias de cansativa travessia do Atlântico, período no qual os treinamentos se resumiram a exercícios leves realizados no convés (o vídeo ao final do post traz imagens históricas e bastante curiosas, inclusive relato do atacante Pandolfini acerca da perda das bolas levadas a bordo do navio SISES), o que não impediu as contusões de Boniperti e Lorenzi (vide http://calcioseriea.blogspot.com/2007/05/memorabilia-lorenzi.html).
Em São Paulo, o selecionado italiano ainda se instalou em um luxuoso hotel onde também estavam hospedadas belíssimas bailarinas argentinas, que foram uma constante tentação para os atletas italianos que, dizem, ainda participaram de uma animada festa na véspera da estréia contra a Suécia. Ainda assim, o jogo contra os nórdicos, realizado no Pacaembu aos 25 de junho, não era considerado impeditivo para a Azzurra, vez que a Suécia, que tinha algum dos seus melhores jogadores atuando na Itália (dentre os quais os famosos Gren, Nordahl e Liedholm, do trio Gre-No-Li), se apresentou com um time rigorosamente amador. Porém, melhores preparados fisicamente, os suecos mostraram ainda ter um vivaio formidável e apresentaram uma nova fornalha de craques, com destaque para il geniale Skoglund (que depois jogou quase uma década na Inter) e o forte atacante Jeppson (que posteriormente fez sucesso na Atalanta, no Napoli e no Torino), derrotando a Itália (na foto acima o time italiano na ocasião, com Boniperti sendo o último agachado à direita - Guerin Sportivo) por 3 x 2.
A Azzurra, que foi disposta no 2-3-5, ainda largou na frente, iludida com o gol do granata Carapellese em cruzamento de Cappello (obviamente não do atual c.t. inglês, mas do bolognese Gino) aos 7', mas sofreu o revés com uma doppietta de Jeppson e tento de Andersson, resultando na primeira derrota italiana em mundiais, de nada adiantando o gol de Muccinelli aos 75', embora a Itália tenha ainda acertado a trave no último minuto de jogo. Diante do empate entre suecos e paraguaios em 2 x 2 no dia 28, a Itália entrou em campo aos 2 de julho para enfrentar os sul-americanos já eliminada (apenas o primeiro de cada grupo se classificava para a rodada final), voltando para a Europa com um fácil sucesso por 2 x 0, gols de Carapellese e Pandolfini. Assim, a Copa que registrou a estréia da Inglaterra em mundiais (até então os inventores do futebol tinham se recusado a participar) e a tragédia do Maracanazo, deixou um gostinho de frustração nos italianos, que certamente poderiam ter feito uma campanha melhor com um pouco mais de planejamento.
O 'Match Clou' da 27ª rodada da Serie A 2009/2010 é o imperdível Roma x Milan, confronto que será disputado na capital italiana no sábado, às 20h45 da Itália.
E a 'L'Enigma' não poderia ignorar tal cotejo, fundamental para as pretensões de ambas as equipes no atual campeonato, querendo saber como vai terminar o duelo?
Vale lembrar que este encontro, já disputado 74 vezes na Serie A, em sua última edição marcou a estréia de Beckham com a camisa rossonera (acima, o astro inglês contra o meia Brighi - Celotto) e terminou 2 x 2, com doppiette de Pato e Vucinic (para mais detalhes, vide http://calcioseriea.blogspot.com/2009/01/o-jogo-da-tv-parte-iv-roma-x-milan.html).
Vamos participar, lembrando que o duelo da semana passada não teve acertadores e, portanto, a classificação do III Desafio Calcio Serie A continua apontando: 1º Leonardo Mafra (7 pts); 2º JP (5); 3º Michel Costa (4); 4º Pai e Raphael Zerlottini (3); 6º Afonso e Lucas (2) e 8º Alcindo, Cyntia, Eduardo Carvalho, Hugo Ribeiro, Marra, Sérgio André e Tiago (1).
Foi a primeira derrota da Vecchia Signora sob o comando de Zaccheroni - após 6 resultados úteis consecutivos, sendo 4 pela Serie A -, mas o bastante para instaurar nova crise no clube, principalmente porque o time perdeu para um concorrente direto à Champions League jogando bem abaixo da crítica.
Efetivamente, disposta no 4-3-1-2 com a coppia storica Trezeguet (ao lado marcado por Cassani - La Presse) e Del Piero no ataque, a Juventus até teve maior posse de bola na 1ª etapa, mas só conseguiu ser perigosa fortuitamente, como aos 22', quando Candreva tentou um cruzamento e acabou levando perigo para Sirigu, fresco nazionale no posto do lesionado Buffon, substituído na meta juventina por Manninger.
De resto, evidente a dificuldade de Felipe Melo em dominar a cabina de regia e o mau momento de Diego, più fumo che arrosto.
Aí, o Palermo, que ordinato e ben organizzato não se aventurou muito no ataque na etapa inicial, resolveu avançar suas peças e passou a acreditar na repetição do feito da temporada passada. Jogando no mesmo 4-3-1-2 bianconero, mas com um meio de campo muito mais participativo, com Migliaccio e Nocerino dando cobertura para os sempre certeiros passes de Liverani (que acertou 84,91% dos passaggi que executou) e para a genialidade de Pastore, o Palermo passou a ser mais perigoso que o time comandado por Zaccheroni, forse stanco em razão do compromisso de meio de semana pela Europa League, logo no início do 2º tempo e só não abriu o placar aos 10' porque Manninger foi preciso no tiro de El Flaco Pastore. Mas o scivolone bianconero não demoraria muito mais, até porque o ex di turno Miccoli (na foto acima marcado por De Ceglie - Ap) começou a fazer das suas e, aos 15', acertou um petardo de fora da área que entrou no ângulo oposto de Manninger, que só pôde cair no chão desolado! Sem maiores opções no banco e com seus atacantes pouco eficientes (Trezeguet e Del Piero, juntos, concluíram apenas 4 vezes durante o jogo e ... nenhuma delas no gol!), a Juventus passou a apelar para a descida de seus zagueiros, sendo que Cannavaro chegou a marcar (mas o árbitro Valeri anulou o gol em razão de impedimento de Del Piero) e Chiellini arrematou com perigo aos 22'. Porém, com Liverani bastante solto e Pastore e Miccoli em dia inspirado, o Palermo continuou sendo mais perigoso, especialmente após a entrada de Cavani no posto do seu connazionale Hernandez. Só que o time rosanero nem precisou contar com a criatividade do seu centrocampo, pois o lateral juventino Grygera (ao lado com Nocerino - La Presse) resolveu dar uma mãozinha, ou melhor, um passe certeiro e colocou o avante Budan (que havia acabo de entrar no lugar de Miccoli) na frente de Manninger, com o croata tendo o trabalho apenas de tirar do arqueiro austríaco para entrar com bola e tudo dentro do gol fazendo Palermo 2 x 0 aos 36'. Depois disso, digno de nota apenas a entrada de Zebina no posto de Diego ... E assim ficou o tabellino:
Juventus: Manninger; Grygera, Cannavaro, Chiellini, De Ceglie (80' Grosso); Candreva, Felipe Melo, Sissoko, Diego (89' Zebina); Del Piero (80' Paolucci), Trezeguet. All. Zaccheroni. Palermo: Sirigu; Cassani, Kjaer, Bovo, Balzaretti; Migliaccio (86' Blasi), Liverani, Nocerino, Pastore; Miccoli (80' Budan), Hernandez (69' Cavani). All. Rossi. Gols: 60' Miccoli, 81' Budan. Árbitro: Valeri. Cartões amarelos: Candreva, Cassani e Sissoko. Abaixo, os highlights da partida, com o incrível gol do Romario del Salento:
Mas bem que Ranieri tentou surpreender seu colega de profissão e armou a Lupa Capitolina em um inédito 3-5-2, com Motta e Riise compondo o meio de campo ao lado de Taddei, De Rossi e Perrotta, com Júlio Baptista e Vucinic na frente - Menez, cotado para começar jogando, com febre, foi parar no banco de reservas. Já Mazzarri mandou a campo o Napoli no esperado 3-4-2-1, com Lavezzi de volta como titular depois de 48 dias di stop e Hamsik e Quagliarella completando o reparto avanzato. E, apesar da alteração tática promovida por Ranieri ter tido como um de seus objetivos tolher as descidas dos alas Maggio e Aronica - uma das principais alternativas de criação dos partenopei -, o jogo começou bastante movimentado, com as equipes jogando e deixando jogar.
Porém, apesar de algumas boas chances criadas (o Napoli chutou, apenas na 1ª etapa, 9 vezes contra o gol de Doni!), sendo a mais clamorosa a desperdiçada por Maggio nos acréscimos (foto do alto - Reuters), os times foram para os vestiários com o placar apontando o 0 x 0, culpa de uma accurata organização tática. O 2º tempo não começou de forma muito diferente, com os ataques das equipes procurando abrir passagem em bem postadas marcações, sendo que o Napoli, particularmente, pareceu passar por um calo nella fase di costruzione del gioco, ao que a Roma aproveitou para tirar vantagem e, aos 13', Júlio Baptista pedalou para cima de Campagnaro antes de ser derrubado pelo argentino dentro da área (na foto acima, o próprio Campagnaro, em outro lance, marca La Bestia - Bruno).
O próprio Júlio Baptista converteu a penalidade máxima e colocou a Roma em vantagem, que poderia ter sofrido o empate logo em seguida, quando Quagliarella foi derrubado por Juan dentro da área, mas o árbitro Rizzoli entendeu como simulação e ainda mostrou o cartão amarelo para o avante azzurro. Mazzarri, então, tirou o volante Pazienza para inserir o avante Denis, mas antes que o recém ingressado pudesse tocar na bola, Vucinic, postado pela extrema esquerda, recolheu um cruzamento que veio da direita, cortou Campagnaro com a matada no peito e, assim que a bola tocou o chão, fuzilou no canto de um imóvel De Sanctis para fazer 2 x 0 para a Roma aos 20'. Porém, o Napoli não se deixou abater e partiu para cima da Lupa, que acabou relaxando na postura defensiva até então perfeita. Assim, aos 29', Denis deu uma mostra do que faria no minuto seguinte cabeceando uma bola com perigo após cruzamento de Maggio.
Mas, aos 30', o mesmo atacante argentino reabriu a partida com um gran sinistro indefensável para o brasileiro Doni. Sem esmorecer, o Napoli (em que Mazzarri ainda inseriu Zuñiga e Cigarini no posto de zagueiros!) continuou insistindo até que, aos 43', Rizzoli optou por marcar mais um pênalti - mas desta vez a favor dos mandantes - quando Mexes supostamente tocou com o braço bola que Denis foi buscar com esforço.
O eslovaco Hamsik cobrou o pênalti com frieza (acima à direita - Ap) e deu números finais a mais uma bela reação napoletana, impedindo a 8ª vitória consecutiva giallorossa, mas não o seu 16º resultado útil di fila! E assim ficou o tabellino da espetacular partida: Napoli: De Sanctis; Campagnaro (67' Zuñiga), Cannavaro, Rinaudo (80' Cigarini); Maggio, Pazienza (63' Denis), Gargano, Aronica, Hamsik, Quagliarella; Lavezzi. All. Mazzarri.
Roma: Doni; Burdisso, Mexes, Juan; Motta, Taddei, De Rossi, Perrotta, Riise; Júlio Baptista (75' Faty), Vucinic. All. Ranieri. Gols: 59' Júlio Baptista (pênalti), 65' Vucinic, 74' Denis, 90' Hamsik (pênalti). Árbitro: Rizzoli. Cartões amarelos: Aronica, Juan, Quagliarella e Motta. Abaixo, os highlights da partida:
* Que, após 25 rodadas, a Fiorentina (abaixo l'undici que enfrentou o Sporting em agosto último pela Champions League - Getty Images) é a equipe que mais concluiu a gol, com média de 6 tiri dentro por partida?
* Que completam o pódio, no quesito, a Inter (com média de 5,8 arremates certos por jogo) e o Palermo (5,6 conclusões por match), seguidos de Juventus e Milan (ambos com média de 5,5 tiros por partida) e Roma (5,3)? * Que Bologna e Catania são as equipes que menos acertam conclusões, alcançando a média de apenas 3,6 tiri dentro por partida?