A Itália Nos Mundiais - 1938
Vitoriosa em 1934 (vide 'Na Última Vez ...' ao final do post) e oro nas Olímpiadas de 1936, a Itália chegou à Copa de 1938 como grande favorita, mesmo contando com um elenco bastante reformulado em relação àquele que havia triunfado 4 anos antes (Vittorio Pozzo, o mesmo treinador de 1934, optou por convocar apenas 4 remanescentes do Mundial anterior).
Disputada na França, a Coppa del Mondo de 1938 foi marcada por desistências excelentes (Argentina e Uruguai, indignados com o fato do torneio não ter retornado à América do Sul depois de ter sido realizado na Itália, desistiram de participar, assim como a Espanha, às voltas com a guerra civil) e pela gravíssima situação internacional, que redundaria na Segunda Guerra Mundial pouco mais de um ano após o certame.
Prevista para ser disputada por 16 seleções, a competição acabou contando com apenas 15 selecionados, pois a fortíssima Áustria de Meisl e Sindelar, 4ª colocada em 1934, teve que renunciar depois que o país foi anexado a Alemanha no Anschluss ocorrido em março anterior, provocando o único w.o. da história das Copas, cabendo a Suécia passar para a próxima fase diretamente.
Já a Itália estreou no torneio no dia 05 de junho, enfrentando a esordiente, mas fortíssima, Noruega no Vélodrome de Marseille, diante de cerca de 18.000 espectadores que vaiaram o selecionado italiano logo em sua entrada, quando os comandados de Pozzo fizeram o tradicional cumprimento fascista (foto acima - Guerin Sportivo).
Disputada na França, a Coppa del Mondo de 1938 foi marcada por desistências excelentes (Argentina e Uruguai, indignados com o fato do torneio não ter retornado à América do Sul depois de ter sido realizado na Itália, desistiram de participar, assim como a Espanha, às voltas com a guerra civil) e pela gravíssima situação internacional, que redundaria na Segunda Guerra Mundial pouco mais de um ano após o certame.
Prevista para ser disputada por 16 seleções, a competição acabou contando com apenas 15 selecionados, pois a fortíssima Áustria de Meisl e Sindelar, 4ª colocada em 1934, teve que renunciar depois que o país foi anexado a Alemanha no Anschluss ocorrido em março anterior, provocando o único w.o. da história das Copas, cabendo a Suécia passar para a próxima fase diretamente.
Já a Itália estreou no torneio no dia 05 de junho, enfrentando a esordiente, mas fortíssima, Noruega no Vélodrome de Marseille, diante de cerca de 18.000 espectadores que vaiaram o selecionado italiano logo em sua entrada, quando os comandados de Pozzo fizeram o tradicional cumprimento fascista (foto acima - Guerin Sportivo).
Apesar do gol marcado pelo nerazzurro Pietro Ferraris logo no início, o confronto contra os noruegueses (que já haviam endurecido contra os italianos nas Olímpiadas de Berlim) é apontado como o que apresentou maiores dificuldades para os italianos, que contaram com ótima atuação do arqueiro Olivieri para vencerem na prorrogação, quando o artilheiro Piola resolveu em seu debutto.
As 8ªs de final ainda registraram o épico Brasil 6 x 5 Polônia, a eliminação da Romênia frente a Cuba e o mais surpreendente adeus da Alemanha nazista que, contando com vários austríacos em suas fileiras, abriu 2 x 0 na ripetizione sobre a Suíça (com direito a telégrafo para Hitler informando do resultado), mas sofreu a virada para 4 x 2.
Nas 4ªs de final, a Itália, jogando de preto (cor do fascismo), enfrentou a anfitriã França e, com um time bastante modificado, venceu sem maiores dificuldades por 3 x 1, com tentos de Colaussi, Heisserer e doppietta de Piola (na foto acima, à esquerda, em ação entre dois adversários - Guerin Sportivo).
Nas semi-finais, enquanto a Hungria passava fácil pela Suécia fazendo 5 x 1, coube à Itália enfrentar o ambicioso Brasil de Domingos da Guia e Leônidas da Silva que, lesionado, acabou poupado pelo técnico Ademar Pimenta.
Desgastado por ter sido obrigado a repetir o confronto (que foi uma verdadeira guerra, com direito a várias expulsões e até mesmo fraturas!) contra a Tchecoslováquia apenas 2 dias antes, o Brasil, que sulla carta facevano paura, acabou sendo presa fácil para a Itália disposta no WM por Pozzo, com o cannoniere Piola muito bem coadjuvado pelo pequeno Colaussi, autor do 1º gol da partida no início do 2º tempo (mais acima, à direita, o minusculo avante da Triestina contra o zagueiro Zezé Procópio - Guerin Sportivo).
As 8ªs de final ainda registraram o épico Brasil 6 x 5 Polônia, a eliminação da Romênia frente a Cuba e o mais surpreendente adeus da Alemanha nazista que, contando com vários austríacos em suas fileiras, abriu 2 x 0 na ripetizione sobre a Suíça (com direito a telégrafo para Hitler informando do resultado), mas sofreu a virada para 4 x 2.
Nas 4ªs de final, a Itália, jogando de preto (cor do fascismo), enfrentou a anfitriã França e, com um time bastante modificado, venceu sem maiores dificuldades por 3 x 1, com tentos de Colaussi, Heisserer e doppietta de Piola (na foto acima, à esquerda, em ação entre dois adversários - Guerin Sportivo).
Nas semi-finais, enquanto a Hungria passava fácil pela Suécia fazendo 5 x 1, coube à Itália enfrentar o ambicioso Brasil de Domingos da Guia e Leônidas da Silva que, lesionado, acabou poupado pelo técnico Ademar Pimenta.
Desgastado por ter sido obrigado a repetir o confronto (que foi uma verdadeira guerra, com direito a várias expulsões e até mesmo fraturas!) contra a Tchecoslováquia apenas 2 dias antes, o Brasil, que sulla carta facevano paura, acabou sendo presa fácil para a Itália disposta no WM por Pozzo, com o cannoniere Piola muito bem coadjuvado pelo pequeno Colaussi, autor do 1º gol da partida no início do 2º tempo (mais acima, à direita, o minusculo avante da Triestina contra o zagueiro Zezé Procópio - Guerin Sportivo).
Curiosamente, o 2º tento italiano surgiu de um lance cheio de malandragem ... italiana, explicado pelo protagonista Domingos da Guia: "O jogo estava parado. Piola vinha na corrida e me atingiu com um pontapé, que eu revidei. Admitiria que o juiz fosse rigoroso. Mas não podia prejudicar o time com o jogo parado".
Resultado? Pênalti convertido com categoria por Meazza, com os brasileiros, atônitos, só conseguindo diminuir já no finalzinho, com o atacante do Fluminense Romeu.
Diante da ótima atuação azzurra, Pozzo manteve inalterado o time para a finalíssima: Olivieri; Foni e Rava; Serantoni, Andreolo e Locatelli; Biavati, Meazza (ao lado cumprimentando o capitão magyar Sarosi - Guerin Sportivo), Piola, Ferrari e Colaussi.
Capaci di trovarsi ad occhi chiusi, o scratch italiano partiu para cima dos húngaros já nos primeiros minutos e aos 5' conseguiu abrir o marcador, com Serantoni recuperando a bola um pouco antes da linha central e lançando Biavati, que despachou para Piola na ponta direita, com o centroavante, fora de sua posição original, cruzando para Colaussi arrematar al volo para vencer o goleiro Szabo.
Jogo disputado, depois que os húngaros empataram com Titkos, Piola voltou a colocar os italianos em vantagem aproveitando belíssima jogada na qual Andreolo passou por um paio di avversari.
Diante da ótima atuação azzurra, Pozzo manteve inalterado o time para a finalíssima: Olivieri; Foni e Rava; Serantoni, Andreolo e Locatelli; Biavati, Meazza (ao lado cumprimentando o capitão magyar Sarosi - Guerin Sportivo), Piola, Ferrari e Colaussi.
Capaci di trovarsi ad occhi chiusi, o scratch italiano partiu para cima dos húngaros já nos primeiros minutos e aos 5' conseguiu abrir o marcador, com Serantoni recuperando a bola um pouco antes da linha central e lançando Biavati, que despachou para Piola na ponta direita, com o centroavante, fora de sua posição original, cruzando para Colaussi arrematar al volo para vencer o goleiro Szabo.
Jogo disputado, depois que os húngaros empataram com Titkos, Piola voltou a colocar os italianos em vantagem aproveitando belíssima jogada na qual Andreolo passou por um paio di avversari.
Antes do intervalo, Colaussi marcou mais um dopo una lunga fuga sulla sinistra e praticamente definiu o título em favor da Azzurra, que não foram ameaçados nem com o gol de Sarosi aos 70', tendo Piola marcado o último gol da Copa de 1938 aos 82' e decretado o placar final de 4 x 2, coroando a superioridade técnica e tática dos italianos com mais um título mundial (acima, a festa dos italianos, com o c.t. Pozzo erguendo o trófeu - Guerin Sportivo).
Marcadores: história Copa do Mundo
5 Comments:
Rodolfo, parabéns pelo resumo da Copa de 1938, ficou excelente!
Realmente foi uma pena que a Áustria não tenha podido participar. Sempre tive especial curiosidade pela figura de Sindelar, uma verdadeira lenda do futebol, cuja morte permanece envolvida em enorme mistério.
Quanto à Itália, muito mérito no título mundial para Pozzo que soube renovar com enorme qualidade a equipa.
Uma curiosidade: sempre foi Leónidas a inventar o pontapé de bicicleta durante esse mundial? Já ouvi e li várias versões sobre o assunto, umas confirmam outras desmentem...
Abraços
É sempre um prazer a leitura de seus resumos, Rodolfo. Desconhecia grande parte das informações, como, por exemplo, a razão das ausências de Argentina e Uruguai.
Novamente, parabéns pelo excelente trabalho.
Abraços.
Prezados,
Muitíssimo obrigado! São mensagens como a de vocês que me levam a perseguir no 'blog', apesar da indiscutível falta de tempo, que tem me impedido de atualizá-lo como gostaria.
Abraços,
Mais uma bom texto do titulo italiano. Também não sabia dessas ausencias da Argentina e Uruguai, mas ridiculo mesmo foi a anexação da Austria pela Alemanha, acabando com uma boa seleção.
Xará,
Valeu, muito obrigado pela participação!
Abraços,
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