Sempre que o nome de Alvaro Recoba aparece neste
blog, é polêmica na certa: de um lado, ardorosos defensores do
Chino, apontado até como o melhor do mundo; de outro, dentre os quais o editor do
Calcio Serie A, aqueles que consideram o uruguaio um jogador
sopravalutato.
Agora, é inegável a similitude do estilo de
El Chino com o de outro
uruguaiano que fez fama e fortuna na Itália - Rubén Ardáiz Sosa,
El Principito!
Porém, é melhor registrar desde logo, em sua passagem pelo Calcio Rubén Sosa deixou números muito mais consistentes que os apresentados por Recoba na Serie A: foram 84 gols anotados pelo 1º em 200 jogos distribuídos por 7 temporadas (média de 0,42 por partida), contra 63 tentos marcados pelo 2º em 195 partidas distribuídas por, até aqui, 11 stagioni (média de 0,32 por jogo).
Além do mais, na época de Sosa (na foto do alto com a camisa da Lazio - Guerin Sportivo) não havia esse negócio de passaporte comunitário...
Nascido em Montevideo aos 25 de abril de 1966, baixinho (1,72 m) e canhoto, Rubén Sosa surgiu no Danubio, tendo sido um dos mais jovens jogadores a atuar no campeonato uruguaio (fez sua estréia como profissional aos 15 anos) e, como é de praxe dentre os principais talentos daquele pequeno país incrustado entre Argentina e Brasil, logo se transferiu à Europa, chegando ao Zaragoza da Espanha aos 19 anos.
Jogador potente e rápido, dono de uma canhotinha explosiva e um drible fácil, Rubén Sosa fez sucesso no futebol espanhol, tendo realizado, jogando ao lado de Frank Rijkaard, 18 gols em sua 3ª e derradeira temporada nas fileiras do clube de La Romareda.
Aí, em 1988, por 192 millones de pesetas, El Poeta del Gol desembarcou em Roma, onde passou a defender a Lazio (à esquerda com o 2º uniforme do time da capital italiana - Capozzi), recém promovida da Serie B. Logo se tornou o principal astro da equipe romana, que à época não disputava as principais colocações da Serie A, realizando 8 gols em cada uma de suas duas primeiras temporadas na Bota.
Caseiro, muito ligado à família e sempre com um sorriso estampado no rosto, Sosa permaneceu, ao todo, 4 temporadas em Roma, chegando a marca de 13 gols no campeonato 1991/1992, mesmo número anotado por seu então companheiro de ataque, o alemão Karl-Heinz Riedle.
Assim, depois de 4 campeonatos sendo o artilheiro laziale na Serie A, Rubén Sosa passou à Internazionale, cedendo a camisa 11 do time romano a um jovem promissor e também sinistro chamado Giuseppe Signori...
Em Milão (foto à direita - Inter), embora contratado para fazer sombra a dupla Bergkamp-Pancev (na época, apenas 3 estrangeiros podiam ir a campo concomitantemente, e a Internazionale ainda contava com o também holandês Jonk e com o russo Shalimov!), Sosa, Il Piccolo Grande Uomo, logo desbancou os gringos e terminou a temporada 1992/1993 com 20 gols, ficando atrás apenas de Signori (com 26), Baggio e Balbo (estes com 21 cada) na tabela de artilheiros.
No campeonato seguinte, apesar da pífia campanha da Internazionale (terminou na 13ª colocação!), Sosa foi novamente o artilheiro da equipe com 16 tentos, mais uma vez fazendo menos gols apenas que Signori (23), Zola (18), Baggio e Silenzi (17 cada).
A temporada 1994/1995 foi a última de Sosa na Itália, que se despediu sendo mais uma vez o artilheiro
nerazzurro na Serie A.
Antes de encerrar sua carreira no Uruguai (onde foi campeão várias vezes com o tradicional Nacional),
El Principito andou pela Alemanha (Borussia Dortmund), novamente Espanha (Logroñés) e até China (Shangai Shenhua).
Com a Celeste Olímpica (foto à esquerda -
Guerin Sportivo), o grande cobrador de faltas Sosa conquistou as Copas Américas de 1987 e 1995, tendo ainda participado da Copa do Mundo de 1990.
Marcadores: 1980, 1990, memorabilia