Blog sobre o Calcio (como os italianos chamam o futebol), em especial o campeonato da Serie A.
quarta-feira, março 10, 2010
L'Enigma
No próximo final de semana o 'Match Clou' da 28ª rodada da Serie A 2009/2010 será disputado no sábado no San Paolo de Nápoles, onde o Napoli receberá a Fiorentina, recém eliminada da Champions League depois de um duelo histórico contra o Bayern München.
E a 'L'Enigma', é claro, não poderia ficar indiferente ao cotejo, convidando os amigos do Calcio Serie A a arriscar um palpite para o resultado final da partida.
Vale lembrar que está valendo uma flâmula oficial da tetracampeã Internazionale (igualzinha a da imagem ao lado, medindo 28 x 20 cm) e um exclusivo certificado do blog, prêmios que serão enviados ao primeiro que somar 10 (dez) pontos neste que é o III Desafio Calcio Serie A, que atribui 01 (um) ponto para aquele que primeiro posta o resultado final do jogo escolhido a cada semana.
Aliás, sem acertadores nas últimas duas semanas (está faltando palpite!), a classificação continua apontando o seguinte: 1º Leonardo Mafra (7 pts); 2º JP (5); 3º Michel Costa (4); 4º Pai e Raphael Zerlottini (3); 6º Afonso e Lucas (2) e 8º Alcindo, Cyntia, Eduardo Carvalho, Hugo Ribeiro, Marra, Sérgio André e Tiago (1).
A título de sugestão, na temporada passada o Napoli venceu a Fiorentina por 2 x 1 (na foto do alto, o argentino Almiron contra seu conterrâneo Lavezzi - Guerin Sportivo).
Apelidado de Il Romario del Salento, Fabrizio Miccoli está no epicentro de uma insistente campanha que deseja ver o atacante de 1,68 m no grupo que Lippi vai levar à Africa do Sul em junho próximo. Efetivamente, capitano e destaque do surpreendente Palermo (em plena corsa para a próxima Champions League), além de autor de 10 importantes gols até a 27ª rodada da Serie A, Miccoli é um dos atacantes italianos mais em forma na atualidade e não faria por desmerecer uma convocação para a Nazionale. Nascido aos 27 de junho de 1979 em Nardò, uma pequena comuna na província de Lecce, na Puglia (o calcanhar da Bota), Miccoli, depois de um começo em San Donato (onde o treinador Pasquale Bruno, pai do antigo lateral Giuseppe, alterou seu cartellino, envelhecendoem 2 anos o garoto de então somente 6 para poder fazê-lo jogar com os pulcini), aos 12 anos deixou a família e il mare del Salento para ingressar nas categorias de base do Milan.
Porém, as saudades de casa e, principalmente, o frio de Milão fizeram com que o ragazzino resolvesse logo voltar para casa, onde foi tentar a sorte no Lecce, seu time de coração.
Mas, como em tantas outras histórias, o 1,68 m de Maradona e Zola não foi suficiente para o futuro Pibe di Nardò, que foi descartado pelos dirigentes leccesi. Miccoli, então, se inscreveu em um curso de perito eletrônico e ingressou no Casarano del direttore sportivo Pantaleo Corvino, com o qual estreou na Serie C1, terminando a temporada como titular e autor de 8 gols. Sem muito sucesso no curso profissionalizante, Miccoli optou por dedicar-se apenas ao futebol e, depois de mais uma temporada de sucesso com o Casarano, foi promovido de categoria passando a Ternana, na Serie B. Os 15 gols realizados no campionato cadetto 2001/2002 chamaram a atenção dos dirigentes da poderosa Juventus, que pagaram cerca de € 7,5 milhões para contar com os serviços deste atacante rápido e scattante, dotado de um ótimo dribbling e de um potente tiro.
Girato ao Perugia para ganhar experiência, Miccoli estreou na Serie A na vitoriosa partida contra a Reggina do dia 15 de setembro de 2002, marcando o primeiro tento perugino da vitória por 2 x 0 aos 51'.
Aquele Perugia treinado por Cosmi e que tinha, dentre outros, os goleiros Kalac e Seba Rossi, os laterais Grosso e Zé Maria e os meias Baronio e Blasi, terminou em uma honrosa 10ª colocação, com Miccoli (a figurinha do alto é exatamente da stagione 2002/2003) participando de todas as 34 rodadas e realizando 9 gols, um ótimo bottino para um esordiente. Muito hábil com a bola nos pés, Miccoli foi integrar o plantel juventino na temporada seguinte e, apesar da aguerrida disputa com Del Piero, Trezeguet e Di Vaio, demonstrou ser uma válida seconda punta, realizando 8 gols (mesmo número do Pinturicchio) em 25 partidas (14 delas partindo como reserva).
Porém, de temperamento forte, Miccoli nunca caiu completamente nas graças da tríade Moggi-Giraudo-Bettega e, com a chegada de Ibrahimovic, acabou negociado com a Fiorentina, equipe que defendeu na temporada 2004/2005.
Apesar de ter sido peça importantíssima na salvezza viola (foi o artilheiro da equipe com 12 gols), Miccoli, em uma daquelas estranhas transações alla italiana, acabou voltando a ficar contratualmente ligado à Juventus, que o emprestou ao lusitano Benfica.
Em Portugal, Il Romario del Salento rapidamente se transformou em um dos principais ídolos dos encarnados, conquistando os adeptos do Glorioso com suas jogadas velozes e fintas desconcertantes. No ano de 2007, depois de algumas contusões e diante da pressão familiar para retornar à Itália (é casado com Flaviana e tem 2 filhos, Swami e Diego), Miccoli não hesitou em aceitar a proposta do presidente Zamparini e acertou com o Palermo, clube que defende desde então (a figurinha acima, à esquerda, é da temporada 2008/2009). Fã assumido de Maradona (além do nome do filho, recentemente adquiriu em um leilão um brinco que pertenceu ao craque argentino confiscado pelo fisco italiano), Miccoli tem se mostrado um exímio cobrador de faltas (no vídeo ao final do post, vários lances do atacante, incluindo cobranças de faltas) e, seja com Amauri, seja com o uruguaio Cavani, tem formado uma das duplas ofensivas mais perigosas do Calcio, já tendo realizado 32 gols com a maglia rosanero no campeonato italiano. Convocado por Trapattoni para a Azzurra em 2003 e 2004, Miccoli conta, até aqui, com 10 aparições e 2 gols (sendo um deles diretamente da calcio d'angolo contra Portugal) com a seleção italiana. Será chegada a hora desses números serem incrementados?