A Itália Nos Mundiais - 1990
A Copa do Mundo de 1990, a 14ª organizada pela F.I.F.A., entrou para a história como a que teve a menor média de gols (2,21 por partida) e, para os italianos, deixou um gosto semelhante ao que os brasileiros sentiram em 1950.
À época, a Serie A vivia seu auge (além de todos os azzurri, desfilavam no campeonato italiano a grande maioria dos astros das outras seleções, como o argentino Maradona, o brasileiro Careca e os trios alemão da Inter e holandês do Milan) e a Itália tinha uma seleção com vários candidatos ao posto de craque da Copa.
Aliás, após a desilusão do México em 1986, Azeglio Vicini, ex treinador da U 21, assumiu o comando do selecionado italiano principal e, com o tempo, promoveu larga renovação no grupo, que chegou ao mundial disputado na própria Itália com poucos atletas na faixa dos 30 anos e vários jovens de grande valor, dentre os quais Ferrara, Maldini, Berti e Baggio.
Semi-finalista da Eurocopa de 1988, a Itália, portanto, aparecia como grande favorita da competição que com tanto afinco organizava, implementando várias novidades nas 12 sedes do torneio.
À época, a Serie A vivia seu auge (além de todos os azzurri, desfilavam no campeonato italiano a grande maioria dos astros das outras seleções, como o argentino Maradona, o brasileiro Careca e os trios alemão da Inter e holandês do Milan) e a Itália tinha uma seleção com vários candidatos ao posto de craque da Copa.
Aliás, após a desilusão do México em 1986, Azeglio Vicini, ex treinador da U 21, assumiu o comando do selecionado italiano principal e, com o tempo, promoveu larga renovação no grupo, que chegou ao mundial disputado na própria Itália com poucos atletas na faixa dos 30 anos e vários jovens de grande valor, dentre os quais Ferrara, Maldini, Berti e Baggio.
Semi-finalista da Eurocopa de 1988, a Itália, portanto, aparecia como grande favorita da competição que com tanto afinco organizava, implementando várias novidades nas 12 sedes do torneio.
Jogando no 4-4-2 tipicamente italiano, com o lateral direito Bergomi funcionando mais como um terceiro zagueiro e Maldini, na esquerda, livre para apoiar, com o ala Donadoni executando a função de ala tornante pela direita e Giannini a de trequartista alle spalle de Vialli e Carnevale, a Azzurra fez sua estréia na competição no dia 09 de junho, em Roma, enfrentando a Áustria do ex granata Polster (abaixo, a formação inicial mandada a campo por Vicini - Guerin Sportivo).
Porém, diante do nervosismo da estréia e contra uma bem postada defesa austríaca, a Itália encontrou mais dificuldades do que previsto, inclusive porque Vialli e Carnevale não estavam em bom dia, ao contrário do goleiro Linderberger, que ainda contou com a ajuda da trave para impedir gol de Ancelotti aos 23' do 1º tempo.
Aí, quando a Azzurra caminhava para um resultado sotto tono, eis que Vicini mandou a campo o atacante Totò Schillaci (substituíndo um spento Carnevale), com o veloz avante nascido na Sicília, na sua segunda aparição com a camisa azul da Itália, marcando de cabeça em cruzamento de Vialli apenas 4' depois de entrado em campo!
Aí, quando a Azzurra caminhava para um resultado sotto tono, eis que Vicini mandou a campo o atacante Totò Schillaci (substituíndo um spento Carnevale), com o veloz avante nascido na Sicília, na sua segunda aparição com a camisa azul da Itália, marcando de cabeça em cruzamento de Vialli apenas 4' depois de entrado em campo!
Apesar do resultado magrinho, a vitória foi tão sofrida quanto merecida, com a squadra azzurra apresentando un gioco a tratti entusiasmante.
No dia 14, foi a vez da Itália enfrentar os Estados Unidos, que voltavam a uma Copa do Mundo depois de nada menos que 40 anos.
Tendo perdido por 5 x 1 na estréia contra a Tchecoslováquia, os norte-americanos deram a impressão de que sofreriam nova goleada quando Giannini (ao lado marcado por Armstrong - Storie di Calcio), em grande jogada do ataque italiano, fez 1 x 0 para a Azzurra aos 11'.
Porém, com Berti no posto do lesionado Ancelotti, a Itália não reeditou a boa atuação contra a Áustria e, não obstante Vialli ter desperdiçado um pênalti ainda no 1º tempo, a matemática classificação às 8ªs de final acabou sendo mais suada do que esperado por conta do 1 x 0 final.
Porém, com Berti no posto do lesionado Ancelotti, a Itália não reeditou a boa atuação contra a Áustria e, não obstante Vialli ter desperdiçado um pênalti ainda no 1º tempo, a matemática classificação às 8ªs de final acabou sendo mais suada do que esperado por conta do 1 x 0 final.
Fechando a 1ª fase, a Itália enfrentou o forte selecionado da Tchecoslováquia naquela que foi, provavelmente, a melhor atuação da Azzurra em toda a competição.
Já com Schillaci e Baggio nos lugares dos decepcionantes Vialli e Carnevale, a Itália dominou a partida desde os minutos iniciais e abriu o marcados aos 9', mais uma vez com o baixinho Schillaci fazendo de cabeça.
No 2º tempo, depois de um pênalti clamoroso não marcado em Totò e de um gol aparentemente regular de Griga anulado pelo árbitro Quiniou, coube a Baggio (acima em ação - Guerin Sportivo) iniciar uma jogada na linha divisória do meio de campo e, após uma curta tabela com Giannini, disparar rumo a meta adversária para, passando por dois adversários, concluir para realizar o mais belo gol da competição, decretando o 2 x 0 final que assegurou à Itália continuar em Roma (para ver o gol em questão e os melhores momentos da partida, acesse http://www.youtube.com/watch?v=1J5dXkRUINM&feature=related).
Nas 8ªs de final, foi a vez da Itália superar o Uruguai também pelo placar de 2 x 0.
Contra um adversário que só pensou em se defender e particularmente duro nas divididas, a Itália não conseguiu ser muito incisiva na 1ª etapa, mas depois da entrada do aríete Serena no posto de Berti, tendo os criativos Giannini e Baggio no suporte de Schillaci e do próprio atacante da Inter, os comandados de Vicini conseguiram estufar as redes do ótimo goleiro Alvez aos 20' do 2º tempo, mais uma vez com Schillaci (acima, à esquerda, perseguido pelo zagueiro Gutierrez, então jogador do Verona - Guerin Sportivo), que realizou um golaço encobrindo o portiere uruguaio.
Una volta in vantaggio, tudo ficou mais fácil para a Itália, que aos 38' voltou a marcar com Serena completando, de cabeça, cruzamento de Giannini.
Estreante em Copas do Mundo, a Irlanda foi a adversária da Itália nas 4ªs de final!
Sem grandes estrelas, o time irlandês primava pelo pragmatismo e, muito bem preparado fisicamente, chegara até ali com nada menos do que 4 empates (contra Inglaterra, Egito e Holanda na 1ª fase e contra a Romênia nas 8ªs de final, quando venceu nas cobranças de pênalti), defendendo ainda uma invencibilidade que já durava 17 partidas.
Acabou sendo uma partida dura e pouco plástica, com a Itália, que entrou em campo em uma espécie de 4-3-1-1-1 (ao lado l'undici iniziale - Guerin Sportivo), com Donadoni e De Agostini como esterni e Giannini dietro a Baggio e Schillaci, vencendo pelo placar mínimo de 1 x 0, com mais um gol de Totò, que aproveitou rebote do veterano goleiro Bonner em potente chute de Donadoni.
Chegada as semi-finais, a Itália, pela primeira vez, deixou Roma - e logo em direção a Nápoles, onde enfrentou a Argentina de ... Maradona!
Bergomi, capitão daquela Azzurra, relembra o ambiente vivenciado em 03 de julho de 1990: "Eravamo a Napoli, Diego Maradona aveva preparato ad arte la partita, stuzzicando i tifosi del Napoli: vi ignorano tutto l'anno e adesso vi chiedono aiuto per sostenere la Nazionale. Entrammo in campo per il riscaldamento, sentimmo qualche applauso, ma anche una certa freddezza. Una parte dei tifosi era con l'Argentina di Diego, noi eravamo abituati al clima magico dell'Olimpico a Roma, una simbiosi con la gente che ci dava un'enorme fiducia e patimmo il contraccolpo".
Com Vialli de volta ao time titular (no lugar de Baggio, em controvertida alteração promovida por Vicini), a Itália efetivamente não conseguiu reeditar as atuações seguras do Olimpico, mas ainda assim abriu o placar aos 17', quando o oportunista Schillaci aproveitou rebote de Goycochea em conclusão de Vialli, após jogada do próprio blucerchiato com Giannini.
Mesmo sem jogar bem, o desenrolar da partida levava a crer que a vaga na finalíssima ficaria mesmo com a Itália, pois a Argentina vinha se classificando aos trancos e barrancos e não contava com um ataque dos mais intimidadores, tendo anotado apenas 4 gols nas 5 partidas anteriores.
Mas, quis o destino que o goleiro Zenga, então melhor do mundo na posição e até hoje detentor da maior invencibilidade em Copas do Mundo, saísse muito mal em cruzamento de Olarticoechea aos 22' do 2º tempo e fosse antecipado pelo anjo louro Caniggia, que antecipou o arqueiro italiano e o zagueiro Ferri para empatar a partida (acima, o crucial lance - Guerin Sportivo).
Vicini ainda mandou Serena e Baggio a campo, o jogo foi para a prorrogação, a Argentina teve Giusti expulso, mas a decisão foi mesmo para os pênaltis, quando brilhou a estrela de Goycochea defendendo as cobranças de Donadoni e Serena e o sonho italiano de conquistar o tetracampeonato em seus gramados acabou (no vídeo ao final do post, é possível acompanhar os highlights da partida e ainda entrevistas, inclusive com Totò Schillaci).
Como epílogo, a Itália ainda venceu a Inglaterra na disputa pelo 3º lugar do Mondiale jogando em Bari no dia 07 de julho, véspera da grande finalíssima.
Para o jogo, Vicini promoveu várias alterações na equipe, lançando Ferrara, Vierchowod e Ancelotti, mas foram novamente Baggio e Schillaci (que terminou como artilheiro da Copa, com 6 gols) que marcaram para a Itália, enquanto Platt (ao lado subindo mais alto que Maldini e Ferrara - Storie di Calcio) anotou o da Inglaterra em partida que foi muito mais agradável e disputada que a final protagonizada entre Alemanha Ocidental e Argentina.