Simplesmente
il giocatore italiano più completo di sempre! Assim foi Valentino Mazzola, principal jogador do
Grande Torino da década de 40 ou, nos dizeres de Gian Paolo Ormezzano, "
Valentino Mazzola giocava per il Torino, connotava il Torino, era il Torino".
E, cabe aqui um parêntese esclarecedor, principalmente para os mais jovens, que o Grande Torino não foi um timinho qualquer, mas sim um dos melhores times do mundo em todos os tempos, um esquadrão que conquistou tudo que podia na Itália (inclusive 5 títulos nacionais consecutivos) e que marcou época na Europa num tempo em que ainda não eram disputadas competições como a atual Uefa Champions League.
Porém, infelizmente, a carreira de Valentino Mazzola (à direita com sua amiga bola - Guerin Sportivo) e a própria trajetória do Grande Torino restaram marcada por tragédias...
Valentino, nascido em Cassano d'Adda (uma pequena comuna na província de Milão) em 26 de janeiro de 1919, apelidado desde cedo de Tulen (que em dialeto milanese significa lattoniere - funileiro - porque quando menino tinha o hábito de ficar chutando latinhas pelas ruas), começou sua carreira no Alfa Romeo Milano, squadra di Serie C, passando ao Venezia, então na Serie A, em 1939.
Apesar de modesto, o clube vêneto, contando com a classe de Mazzola e com a concretezza do mezzala destra Ezio Loik, conquistou a Copa Itália de 1941 e terminou a temporada 1941/1942 em um excelente 3º posto, a frente de clubes como Juventus, Lazio, Fiorentina, Milano e Ambrosiana, estes 2 últimos mundialmente conhecidos como Milan e Internazionale nos dias atuais.
As atuações com o Venezia acabaram por levar Mazzola e Loik à Azzurra, com a qual disputaram os únicos 2 jogos que a Itália realizou em 1942, vencendo tanto a Croácia como a Espanha por 4 x 0 em amistosos.
Aliás, ao final da partida disputada contra os espanhóis, o então treinador ibérico Ricardo Zamora asseverou: "Não se deve preocupar a Itália com o futuro: nestes dois jovens (Mazzola e Loik) que ajudaram a matar a minha Espanha vejos os sucessores de Piola e Meazza".
Daí, Mazzola e Loik se transferiram ao vice-campeão daquela temporada - o Torino, com o qual inauguram um ciclo de enorme sucesso conquistando os 5 campeonatos da Serie A subseqüentes (na foto da esquerda, no alto, Mazzola vestindo a camisa do
Toro com o
scudetto de campeão italiano -
Abril).
Mas, à esta época a Europa já vivia a maior tragédia do século XX, a 2ª Guerra Mundial, o que fez com que a Serie A fosse interrompida entre 1943 e 1945 e as edições de 1942 e 1946 da Copa do Mundo canceladas, o que acabou com as possibilidades de Tulen (na foto à direita com a maglia granata - Guerin Sportivo) participar de um mundial.
Jogador polivalente, habilidoso e de grande rendimento, Mazzola anticipò l'ideia del calciatore universale alla Alfredo Di Stefano, como bem evidencia o já citado Gian Paolo Ormezzano em artigo intitulado La storia dei campioni di Superga: "Boniperti aveva segnato nel derby un gol al Toro, già dentro al solco incipiente di una sua abitudine subito cara ai bianconeri e subito odiata dai granata. Aveva segnato nel senso che aveva tirato a colpo sicuro, Bacigalupo già battuto, e stava eseguendo un mezzo giro di valzer, per arrivare nella danza felice sino a centro campo (allora nun si usava andare verso la curva degli amanti). Però magicamente sulla linea della porta torinista era apparso, como creato là, sul momento, dal dio del calcio, Valentino Mazzola, che alzando im piede aveva fermato e subito domato con semplicità irridente quel forte pallone. E allora il giovanissimo Giampiero Boniperti si era preso la testa fra le mani, e aveva transformato la danza in un dolente procedere fuori dell'area di rigore. Pochi metri, pochissimi secondi, e poi non aveva resistito a vedere come andava il gioco. Ecco, Mazzola era già avanti, lontano, era in area de rigore della Juventus, tirava, segnava".
Capitano do
Grande Torino, Mazzola também passou a ser, naturalmente, capitão da seleção italiana, até porque a base da
Azzurra era o time de Turim - na vitória de 3 x 2 sobre a Hungria em 11 de maio de 1947, por exemplo, 10 dos 11 italianos eram do Torino, à exceção do goleiro Sentimenti IV, jogador da Juventus, que, entretanto, cederia a posição para o
granata Bacigalupo alguns meses depois.
Insuperável na Itália, a ponto de conquistar o campeonato 1947/1948 com 16 pontos de vantagem sobre o 2º colocado (quando a vitória só valia 2 pontos!), realizando 125 gols e sofrendo apenas 33 em 40 partidas, o Torino era uma das poucas equipes que realizava as viagens mais longas de avião na época, tendo inclusive excursionado ao Brasil 1948.
E foi numa viagem de avião, em 04 de maio de 1949, que o
Grande Torino desapareceu.
No dia anterior, o Torino havia disputado uma partida comemorativa contra o português Benfica em Lisboa, realizada em homenagem ao capitão dos Encarnados e também da seleção lusitana, Francisco Ferreira (na foto acima, à esquerda - Torino - o cumprimento dos capitães Ferreira e Mazzola na partida Italia x Portugal de 27 de fevereiro de 1949, vencida pelos italianos por 4 x 1, com 1 gol de Mazzola), e retornava à Itália quando, já próximo de seu destino final, o avião Fiat G212 que conduzia a delegação do Torino chocou-se com o muro da Basilica di Superga, matando todos que se encontravam no interior do aparelho.
Naquele momento, acabava a história da considerada melhor equipe italiana de todos os tempos, o Grande Torino.
No mesmo dia, o clube, que liderava o campeonato 1948/1949 com 4 pontos de vantagem sobre a Internazionale faltando apenas 4 rodadas, foi declarado campeão nacional. Mesmo assim, a equipe juvenil entrou em campo para substituir a principal nos derradeiros compromissos e venceu todos, ainda que seja necessário registrar que os adversários também escalaram suas equipes juvenis, em sinal de respeito.
Sandro Mazzola, bandiera della Internazionale nas décadas de 1960 e 1970 e que disputou a final da Copa do Mundo de 1970 contra o Brasil, é filho de Valentino (na última foto pai e filho juntos - Guerin Sportivo).
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