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quarta-feira, janeiro 05, 2011

Memorabilia - Clerici

Pouquíssimo conhecido em seu país natal, o brasileiro Sergio Clerici é, entretanto, um dos maiores artilheiros de todos os tempos da Serie A, figurando no exclusivo rol dos marcatori que ultrapassaram a marca dos 100 gols na máxima divisão do futebol italiano.
Descendente de italianos (seus avós paternos emigraram da Lombardia e os maternos da Toscana), Sérgio Clérice nasceu aos 25 de maio de 1941 na cidade de São Paulo e começou sua carriera di calciatore no Nacional, passando ao Palmeiras ainda muito jovem, aos 17 anos.
Porém, ao prestar o serviço militar, Sérgio Clérice teve como comandante o então major Maurício Cardoso que, nas horas vagas, colaborava com a Portuguesa Santista, para onde levou o jovem atacante por empréstimo.
Mas, legítimo andarilho dos gramados, ainda em 1960 Clérice foi parar na Itália, mais precisamente no modesto Lecco, onde logo teve que enfrentar uma verdadeira querela quanto a sua ascendência, que restou comprovadamente italiana ao se descobrir que Clerici havia sido transformado em Clérice por um inadvertido funcionário cartorial.
Já com a grafia original, Sergio Clerici transcorreu 7 temporadas jogando pelo Lecco, alternando entre a Serie A e o campionato cadetto, onde efetivamente despontou seu futebol, realizando 10 gols no campeonato 1963/1964 e nada menos do que 20 no seguinte, se sagrando capocannoniere do torneio ao lado do bresciano Virginio De Paoli.
No torneio 1965/1966, Clerici voltou a mostrar seus dotes de bomber e marcou 17 vezes, ficando a apenas 1 do artilheiro Gianni Bui do Catanzaro e, assim, obtendo o retorno à Serie A.
Típico homem de área dotado de refinada técnica, forte in acrobazia e bom arrematador com ambos os pés, Clerici deixou o Lecco após 59 gols em 201 partidas (fra A e B) e se transferiu ao Bologna em 1967 (ao lado uma formação rossoblù daquela temporada, sendo que Clerici está agachado, ao centro, entre Fogli e o alemão Haller - Ronchi).
Porém, contratado exatamente após a venda do dinamarquês Harald Nielsen - campeão e artilheiro com o Bologna na temporada 1963/1964 - para a Internazionale, Clerici viveu, segundo ele próprio, "uno degli anni peggiori della mia vita sotto le Due Torri, con un pubblico che mi vedeva como il fumo negli occhi" (na foto mais ao alto, Clerici com a maglia rossoblù - Ronchi).
Assim, após apenas 4 gols em 22 presenças, Clerici se transferiu à Atalanta, com a qual fez 9 gols em 26 partidas no campeonato 1968/1969, sendo o artilheiro da equipe que, com seus pífios 25 tentos, não escapou do rebaixamento.
Mas o destino de Gringo não era o campionato cadetto e Clerici defendeu, no torneio 1969/1970, as cores amarelo e azul do Verona, feito que repetiu também no campeonato seguinte, totalizando 18 gols em 54 jogos.
Já um atacante afirmado no campeonato italiano, em 1971 Clerici passou à Fiorentina (ao lado com o capitão viola De Sisti - L'Unità), time que defendeu por duas outras temporadas com sucesso, realizando 20 gols e obtendo um 4º lugar ao lado do também brasileiro Sormani e de um jovem Antognoni.
De qualquer modo, o apogeu da carreira de Clerici ainda estava por vir e aconteceu com o atacante envergando a camisa do Napoli, clube que defendeu de 1973 a 1975.
Comandado pelo seu compatriota Vinicio e contando com o também brasileiro Cané no time, o Napoli tutto samba fez uma excepcional campanha nos campeonatos em que contou com Clerici, conquistando um 3º lugar e, na stagione 1974/1975, um incrível vice-campeonato.
El Gringo fez nada menos do que 29 gols em suas 57 partidas com os partenopei e, em entrevista concedida por Corrado Ferlaino ao jornalista Salvatore Biazzo em 1995, o ex presidente napoletano se exaltou mais ao falar de Clerici do que do próprio Maradona, lembrando que o brasileiro "era l'unico attaccante di cui avevano paura i difensori, quando in genere succedeva il contrario; era cattivo, grintoso, non mollava mai il pallone".
Paradoxalmente, o mesmo Ferlaino não hesitou em inserir Clerici na negociação que levou o mais giovane Savoldi a trocar o Bologna pelo Napoli em 1975.
Assim, muito a contra gosto (estava passando férias em São Paulo quando ficou sabendo da transferência), Clerici retornou ao Bologna quase 10 anos depois de sua primeira (decepcionante) passagem.
Mas, o Gringo logo se tornou um beniamino do público rossoblù e prosseguiu em sua seconda giovinezza, disputando outros 2 campeonatos com o Bologna (acima, um mergulho de Clerici contra a Sampdoria em maio de 1977 - Storie di Calcio) antes de encerrar a carreira na Lazio, ao final da temporada 1977/1978, quando era o único straniero em atividade na Serie A.
Além de ser o 67º maior artilheiro do campeonato italiano, com 103 gols anotados, Clerici ostenta a marca de ser o estrangeiro que mais clubes defendeu na Serie A - 7 ao todo.
Posteriormente, Clérice retornou ao Brasil e chegou a treinar Santos e Palmeiras, residindo atualmente em Araraquara.

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segunda-feira, janeiro 03, 2011

Quem Vem Lá (Parte II) - Sinisa Andelkovic


Na esteira do sucesso dos meias Bacinovic e Ilicic, o Palermo do presidente Zamparini foi buscar no futebol esloveno seus primeiros reforços invernali e do mesmo Maribor veio o zagueiro Sinisa Andelkovic (abaixo em ação com seu antigo clube - Regent).
De físico imponente (1,86 m), Andelkovic é um zagueiro central capaz de jogar também com desenvoltura como centrocampista arretrato e tem como principais características o senso de antecipação e um forte colpo di testa, não passando despercebidas suas descidas ao ataque que já lhe valeram um bom número de gols em sua carreira, até aqui toda desenvolvida na própria Eslovênia.
Aliás, prestes a completar 25 anos, Andelkovic tem como desafio mostrar que pode conter atacantes como Eto'o e Ibrahimovic com a mesma desenvoltura que encarava os adversários da Prva Slovenska Nogometna Liga, a principal divisão do campionato sloveno di calcio.

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domingo, janeiro 02, 2011

Quem Vem Lá (Parte I) - Kamil Glik


Antes mesmo da abertura oficial de mais uma sessão do calciomercato (que ocorrerá nesta segunda-feira, dia 03), a 'Quem Vem Lá' retorna para apresentar algumas das caras novas que desfilarão pelos gramados da Serie A já a partir da próxima semana.
A primeira, entretanto, nem era para ser tão nova assim, vez que o polonês Kamil Glik está na Itália desde julho último, contratado que foi pelo Palermo junto ao Plast Gliwice.
Porém, fora algumas raras aparições na Europa League, Glik não teve maiores chances com a camisa rosanero, sequer tendo oportunidade de debutar no campeonato italiano.
Mas, de físico granito (1,90 m e 80 kg), com boa bagagem internacional (vem sendo regularmente convocado pelo treinador Smuda para integrar a seleção polonesa principal, com a qual conta 7 aparições e 1 gol - acima - Kucza) e um passado de testes no Real Madrid, Glik foi uma pedida pessoal do técnico Ventura para reforçar o reparto difensivo do Bari, time com o qual, finalmente, este zagueiro de 22 anos deve ter chance de mostrar suas qualidades em um dos torneios mais prestigiosos do mundo!

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