Um atacante micidiale! Assim é Hernan Jorge Crespo, um autêntico 9 que, se não prima por uma técnica refinada, alia uma imponente força física a um senso de oportunismo incrível, resultando em um dos avantes mais eficazes do mundo.
Nascido na cidade de Florida, na
Gran Buenos Aires, em 05 de julho de 1975, começou sua carreira no tradicional River Plate, de onde saiu para o Parma em agosto de 1996 depois de conquistar a Taça Libertadores da América (foram seus os 2 gols da vitória sobre o América de Cali na final) e conquistar a medalha de prata nas Olímpiadas de Atlanta.
Logo em sua 1ª temporada na Serie A (figurinha ao lado), fazendo dupla com Enrico Chiesa (atualmente no Siena), depois de um difícil período de adaptação (célebre a frase pronunciada por Ancelotti, então treinador do Parma: "più fischiano Crespo e io più lo mando in campo"), fez 12 gols, marca respeitável que repetiu na stagione seguinte.
Convocado para a Copa do Mundo de 1998, disputada na França, acabou entrando apenas no jogo contra a Inglaterra, válido pelas 8ªs de final, ocasião na qual a Argentina acabou eliminada nos pênaltis.
De volta à Serie A, levou o Parma à Champions League e conquistou as copas U.E.F.A. e Itália na temporada 1998/1999, tendo feito 16 gols ao lado dos hermanos Balbo, Sensini e Veron na principal divisão do Calcio.
Em sua 4ª e última temporada na equipe ducale fez 22 dos 52 gols do clube na Serie A, que apenas não foi à Champions League por ter perdido o spareggio disputado contra a Internazionale.
Contratado pela Lazio por cerca de US$ 55 milhões para a temporada 2000/2001, foi o artilheiro da Serie A com 26 gols, suficientes apenas para levar a equipe da capital italiana ao 3º lugar.
No ano seguinte a Lazio tirou o
scudetto da Internazionale na última rodada (que também marcou a despedida de Ronaldo do time de Moratti), mas terminou a Serie A apenas na 6ª colocação, tendo seu artilheiro feito 'tão somente' 13 tentos.
Mais uma vez integrante do grupo argentino que foi a Copa do Mundo, Crespo naufragou como toda a Selección no Mundial da Ásia, onde outra vez não foi titular, mas entrou nos 3 jogos da Argentina em substituição a Batistuta e ainda fez o gol contra a Suécia.
Daí, Valdanito, como Crespo é conhecido por sua similitude com o antigo atacante do Real Madrid, foi exatamente substituir Ronaldo com a camisa 9 nerazzurra, mas, em um elenco que tinha, além de Batistuta, Kallon, Martins, Recoba e um Vieri em fase excepcional, acabou fazendo apenas 18 partidas e 7 gols na Serie A (e 9 na Champions League).
Como o magnata russo Abramovich costuma contratar quem ele deseja, o atacante argentino defendeu o Chelsea na temporada 2003/2004, mas nunca escondeu seu desejo de retornar à Itália.
Assim, foi acontentado sendo emprestado ao Milan de seu antigo treinador Ancelotti, quando fez mais uma excelente temporada e realizou 10 gols, apesar de só ter disputado 9 partidas inteiras.
Tanto sucesso o fez voltar ao Chelsea, clube com o qual disputou a Premier League na temporada 2005/2006.
Enfim titular da Argentina em uma Copa do Mundo, marcou 3 gols em 4 partidas na Alemanha (no total, já fez 60 partidas e 32 gols com a Selección).
De novo quis voltar ao futebol italiano e acabou retornando à Internazionale (figurinha do alto à esquerda), com a qual está fazendo mais uma bela temporada (14 gols em 27 partidas até aqui).
Agora, mais uma vez seu futuro é incerto, vez que seus direitos federativos continuam presos ao Chelsea, enquanto sua preferência é por permanecer na Itália.
De qualquer maneira, Crespo, que fez seu 100º gol na Serie A contra a Fiorentina em junho de 2001, já é atualmente o 30º maior artilheiro de todos os tempos do Calcio, com 133 gols (12 deles feitos contra a Udinese, sua vítima predileta), incluíndo 22 doppiette e 8 triplette, como a realizada contra a Lazio no último final de semana.