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terça-feira, julho 20, 2010

Momento Panini - Fabio Cannavaro


Herói na vitoriosa campanha italiana na Copa do Mundo de 2006, recordista em presenças com a Azzurra e um dos únicos cinco italianos eleitos Pallone D'Oro, o zagueiro Fabio Cannavaro caminha para encerrar sua carreira de forma nada gloriosa.
Mas, afinal, o que levou o último italiano escolhido como F.I.F.A. World Player a se despedir da Serie A tão melancolicamente, dispensado pela Juventus e rejeitado por Napoli e Parma?
Certamente a idade - 36 anos - aliada as últimas exibições tanto com a maglia bianconera quanto com a azzurra não ajudaram, mas para a resposta parece incidir outras questões ...
Nascido aos 13 de setembro de 1973 em Napoli, Cannavaro iniciou sua trajetória no Napoli, com o qual estreou na Serie A no dia 07 de março de 1993 em Turim frente a ... Juventus, jogando ao lado do seu grande amigo e futuro treinador Ferrara na derrota partenopea por 4 x 3.
Declararamente torcedor da antiga equipe de Maradona, Cannavaro só faria mais uma aparição na temporada 1993/1994 do campeonato italiano, exatamente na última rodada no empate de 1 x 1 contra o Parma, mas conseguiria a titularidade já na temporada seguinte sob o comando de Lippi (a figurinha ao lado é exatamente do campeonato 1993/1994).
Apesar da estatura bem modesta para um difensore centrale (tem apenas 1,76 m), Cannavaro logo se destacou pelo excelente senso de antecipação, ótima colocação e dinamismo, chamando a atenção de Cesare Maldini, então treinador da U 21 italiana, que fez do Facia d'Angelo um dos pilares da equipe campeã européia em 1994 jogando como lateral.
Ao término da temporada 1994/1995, o Napoli, em dificuldades financeiras, cedeu o ainda promettente difensore ao Parma, que estava montando o melhor plantel de sua história (tendo contratado o búlgaro Stoichkov junto ao Barcelona) e onde Cannavaro foi se juntar ao goleiro Buffon.
Titular em uma defesa que ainda tinha Apolloni, Benarrivo, Di Chiara, Fernando Couto, Minotti, Mussi e Sensini, Cannavaro em 1996 ainda foi capitão da seleção olímpica que foi aos Giochi Olimpici di Atlanta e conquistou novamente o campeonato europeu U 21 sob os auspícios de Cesare Maldini, batendo, ao lado de Nesta, Panucci e Totti, a Espanha de De La Peña, Morientes e Raul em pleno Olimpico de Montjuich.
Formando com Buffon e Thuram o pilar defensivo do Parma em sua época áurea, inclusive no histórico 2º posto do torneio 1997/1998, Cannavaro conquistou duas Coppe Itália e uma Coppa U.E.F.A. no clube crociato até ser cedido à Internazionale em 2002 por cerca de € 23 milhões.
Já então titularíssimo da Azzurra, com a qual estreou no dia 22 de janeiro de 1997 na vitória amistosa sobre a Irlanda do Norte por 2 x 0 substituindo o stopper Costacurta, Cannavaro transcorreu apenas duas temporadas em Milão, consideradas por ele mesmo as più sofferti della sua carriera em razão dos diversos problemas físicos enfrentados.
Tendo o argentino Cúper como treinador no campeonato 2002/2003, Cannavaro foi várias vezes utilizado como terzino destro, enquanto com Zaccheroni, na temporada seguinte, não conseguiu atuar com regularidade.
Assim, em 2004, Cannavaro acabou trocando a Inter pela Juventus em uma transferência um tanto controvertida, capitaneada pelo hoje relegado, mas então todo poderoso Moggi.
Na Vecchia Signora, ao lado dos antigos companheiros de Parma Buffon e Thuram (além do partenopeo Ferrara na primeira temporada), Cannavaro, em grande forma, foi um dos protagonistas principais dos 2 títulos que posteriormente restaram cassados no escândalo conhecido como Calciopoli, o que não apaga suas atuações impecáveis que o levaram, inclusive, a ser escolhido o melhor defensor do campeonato nos anos 2005 e 2006 também o melhor jogador em absoluto neste último.
Jogador consagrado, titular nas Copas do Mundo de 1998 e 2002 e capitão da Azzurra desde a aposentadoria de Paolo Maldini do selecionado, Cannavaro ainda fez um Mundial impecável na Alemanha, completando sua 100ª presença com a Itália exatamente na finalíssima disputada contra a França, quando, ao final dos 120' e das cobranças de pênalti, ergueu a cobiçada Taça F.I.F.A!
Escolhido ainda o 2º melhor jogador da competição, Cannavaro, agora apelidado também de Il Muro de Berlino, só não teve um 2006 perfeito em razão do já citado Calciopoli, que resultou no rebaixamento da Juventus à Serie B e no conseqüente abandono da equipe bianconera em favor do Real Madrid, para onde seguiram também o treinador Capello e o volante Emérson.
Na Espanha, Cannavaro conquistou logo os títulos espanhóis nas duas primeiras temporadas que passou em Madrid, mas depois teve que conviver com duras críticas pelo futebol nunca primoroso apresentado pela equipe e, ao final do campeonato 2008/2009, protagonizou um clamoroso retorno à Juventus.
De volta a Vinovo, Cannavaro assinou contrato por um ano com opção de outro, quando, então, deveria encerrar sua carreira para virar dirigente della società torinese.
Porém, atuações nada convincentes e a péssima campanha juventina acabaram por fazer com que a derrota frente ao Milan por 3 x 0 na última rodada do campeonato 2009/2010 (a figurinha do alto, à esquerda, é referente a esse período) fosse a última partida de Cannavaro com a Juventus e, muito possivelmente, na Serie A, onde conta 421 presenças e 12 gols.
Sem conseguir realizar seu sonho de voltar ao Parma ou jogar ao lado de seu irmão Paolo no amado Napoli, Cannavaro acabou assinando com o Al Alhi dos Emirados Árabes Unidos antes de seguir para a África do Sul, onde capitaneou a Azzurra em sua mais medíocre participação em Copas do Mundo.
Um final nada glorioso para o jogador que mais vestiu a gloriosa camisa azul da Itália e um dos poucos seletos que participaram de 4 Copas do Mundo...
Mas, para não ficar a má impressão, a seguir vídeo com um jovem Fabio Cannavaro ainda nos tempos de Parma:

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4 Comments:

At 10:47 AM, Blogger Michel Costa said...

Me lembro que lamentei bastante a saída de Cannavaro da Inter para a Juve.
Não aceitava vê-lo perdendo a posição para Matterazzi e achava que, mesmo baixinhos, Córdoba e Fabio eram a melhor dupla de zaga que os Nerazzurri poderiam ter.
Tempos depois, li sobre a influência de Moggi no caso. Dizem que o dirigente e o agente do jogador fizeram com que o atleta, então na reserva, pressionasse a direção interista para que fosse vendido.
Conhecendo bem o modus operandi de Moggi, fica difícil duvidar dessa versão.

Abraços.

 
At 7:30 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

Michel,
Não nego que sempre gostei do estilo do Cannavaro e, até por isso, fiquei muito decepcionado quando li sobre esse 'modus operandi' que resultou na transferência da Inter para a Juventus, pois, ao que percebi, ultrapassou os limites da ética.
Abraços,

 
At 10:50 AM, Anonymous Guilherme Siqueira said...

Um jogador espetacular, mas com um caráter duvidoso...

 
At 8:14 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

Guilherme,
Acho que a sua definição não poderia ser melhor!
Abraços,

 

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