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sexta-feira, abril 23, 2010

A Itália Nos Mundiais - 1974


Vice-campeã mundial na edição anterior, a Itália chegou a Copa do Mundo de 1974, disputada na Alemanha Ocidental entre os dias 13 de junho e 7 de julho, como uma das favoritas.
Afinal, ainda sob o comando de Ferrucio Valcareggi, a Azzurra passara pelas Eliminatórias sem qualquer dificuldade e trazia na bagagem uma invencibilidade de 15 partidas, sendo que sequer levara um único gol nos últimos 12 encontros, incluindo jogos amistosos realizados contra o Brasil (vitória por 2 x 0 em Roma), a Inglaterra (sucessos por 2 x 0 em Turim e por 1 x 0 no Wembley Stadium) e, no último compromisso antes da viagem, contra a própria Alemanha Ocidental (empate em 0 x 0 em Roma).
Ademais, o grupo (ao lado a foto oficial tirada já em solo alemão - Guerin Sportivo) contava com a experiência de jogadores como Boninsegna, Burgnich, Facchetti, Mazzola, Riva e Rivera, todos remanescentes da aventura mexicana, aos quais se somaram talentos do quilate de Anastasi, Benetti, Capello, Causio, Chinaglia e Zoff (este último, ainda que reserva, também participante da comitiva que fora à Copa do Mundo de 1970).
Os 14 selecionados classificados dentre os 99 participantes das Eliminatórias, acrescidos da sede Alemanha Ocidental e do campione in carica Brasil, foram mais uma vez divididos em 4 grupos contendo 4 seleções cada, cabendo à Itália o Grupo D ao lado de Argentina, Haiti e Polônia.
A estréia italiana ocorreu precisamente no dia 15 de junho no Olympiastadion de Monaco di Baviera contra o inexpressivo Haiti, com Valcareggi escalando Burgnich como líbero e Capello ao lado da dupla Mazzola-Rivera no centrocampo e Chinaglia e Riva no ataque (acima - Guerin Sportivo - a formação inicial da Itália).
Porém, depois de um 1º tempo no qual a Itália atacou de forma reiterada (Riva, em entrevista posterior, declarou que "Quel portiere di Haiti, in tutta la sua carriera, si è divertito solo con me. Ha preso tutto. Almeno cinque occasioni in cui io già gridavo al gol"), coube, logo no início da 2ª etapa, ao robusto atacante Sanon interromper a invencibilidade de 1.143' de Zoff, abrindo o marcador para o Haiti em um contra-ataque rapidíssimo.
Evidentemente, o fantasma de uma nova Coréia do Norte prontamente se instalou na mente dos italianos, mas coube ao Golden Boy Rivera enterrá-lo ao empatar a partida minutos depois (ao lado a conclusão vincente - Guerin Sportivo), em mais uma jogada começada na direita com Mazzola, provavelmente o italiano mais em forma no Mundial.
Com o empate obtido prontamente, a Itália voltou a ter o controle integral da partida e, no final, venceu facilmente por 3 x 1, com os outros gols sendo marcados por Auguste (contra, desviando conclusão de Benetti) e Anastasi.
Mas nem tudo terminara bem, vez que o atacante Chinaglia, fresco campeão italiano com a Lazio e então capocannoniere da última Serie A, quando substituído por Anastasi, deixou o campo praguejando contra o c.t. azzurro.
O episódio só veio conturbar ainda mais a comitiva italiana, que passava longe de ser um grupo coeso e cuja comissão técnica já tinha que administrar insatisfeitos como o meia Juliano, para quem Valcareggi favorecia os jogadores degli squadroni del nord.
E foi sob esta atmosfera pesada que a Itália entrou em campo para enfrentar a Argentina no dia 19 de junho em Stuttgart, com Anastasi no posto do afastado Chinaglia como única alteração na formação inicial.
De qualquer forma, contra um adversário mais qualificado que os ingênuos caribenhos, foram evidenciados alguns limites daquela Itália, como a crise atlética de Rivera e a pouca mobilidade do ataque, onde Riva sequer era sombra daquele atacante devastante de 4 anos antes.
Não por menos, aquela partida, terminada 1 x 1 com gols de Houseman (acima, juntamente com Yazalde, Morini e Capello - Storie di Calcio) e Perfumo, contra, seria a última da dupla pela Itália.
Na última rodada, como a Argentina venceu o Haiti por 4 x 1, cabia aos italianos, em jogo disputado de forma concomitante, ao menos empatar com a já classificada Polônia (que vencera a Argentina por 3 x 2 e o Haiti por 7 x 0) para também assegurarem passagem à próxima fase.
Porém, campeões olímpicos de 1972 e responsáveis pela não ida da Inglaterra à Copa, a Polônia de Lato & Cia. se mostrou um adversário bastante complicado, contando ainda com a colaboração do árbitro alemão Weyland, que não viu um netto fallo da rigore su Anastasi logo no início da partida.
Para piorar, na parte final da 1ª etapa, Szarmach e Deyna marcaram e colocaram a Polônia em vantagem de 2 x 0 (acima, com o placar apontando a contagem, Spinosi duela com o atacante Gadocha - Guerin Sportivo).
Com Causio e Mazzola como esterni e Capello como centrale di centrocampo, Valcareggi ainda lançou Boninsegna no posto do perdoado, mas sempre inconsistente, Chinaglia, o que melhorou a proposta ofensiva italiana, que atacou insistentemente e teve, de forma efetiva, uma ótima chance com Facchetti (um dos precursores, juntamente com o brasileiro Nílton Santos, dos laterais modernos), mas só conseguiu diminuir a diferença aos 85', quando Capello controlou de peito antes de fuzilar o arqueiro Tomaszewski, que se tornaria um dos maiores goleiros de todos os tempos.
Com o resultado, a Itália acabou sendo superada pela Argentina no saldo de gols e teve que voltar mais cedo para casa, eliminada, como disse o então presidente da Federcalcio Artemio Franchi, pelo Haiti!
Abaixo, aliás, os gols da partida entre Itália e o selecionado do país caribenho:

Na Última Vez ...

2 Comments:

At 10:54 AM, Anonymous Prisma said...

Mais uma péssima apresentação da Itália, elimanda na primeira fase. Mas era um grupo até forte, tirando o Haiti.

 
At 2:59 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

Xará,
Pois é, foi mais uma fraca campanha da 'Azzurra' que, porém, melhorará nas próximas edições (1978 e 1982)!
Abraços,

 

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