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quinta-feira, junho 14, 2007

Memorabilia - Júnior

Em poucas palavras: uno dei più grandi giocatori di tutti i tempi! Eis o tamanho do cartaz que Leovegildo Lins da Gama Júnior, o Júnior, tem na Itália.
Nascido aos 29 de junho de 1954 em João Pessoa, capital da Paraíba, Júnior chegou ainda cedo na cidade do Rio de Janeiro, onde começou sua carreira profissional no Flamengo, depois de passagens por clubes amadores e até pelo Fluminense, seu clube de infância.
E foi no famoso time da Gávea, ao lado de craques como Leandro, Andrade, Adílio e do genial Zico, que o Capacete jogou e conquistou inúmeros títulos até 1984, quando foi contratado pelo Torino.
Apesar de ser, à época, titular indiscutível da lateral-esquerda da seleção canarinho (foto à direita - Guerin Sportivo) e de ter sido eleito o melhor da posição na Copa do Mundo de 1982, Júnior foi contratado para atuar como mediano na equipe italiana, seja pela vontade do treinador granata Luigi Radice, que achava que a habilidade do jogador poderia ser melhor aproveitada naquela área do campo, seja pela vontade pessoal do atleta, que sabia que poderia prolongar sua carreira naquele setor.
A decisão acabou se mostrando extremamente acertada, com o brasileiro tendo sido eleito o melhor jogador do campeonato italiano logo em sua temporada de estréia e o Torino conquistando o vice-campeonato da Serie A, atrás apenas do ainda mais surpreendente Verona de Briegel, Elkjaer e Galderisi.
Na temporada seguinte, o Toro terminou à frente de Inter e Milan, mas atrás de Juventus, Roma, Napoli e Fiorentina, tendo Júnior (à esquerda - Berezovsky) feito 4 gols em 30 partidas.
A temporada 1986/1987 não foi das mais fáceis, com um Toro que se despedia de alguns veteranos (Zaccarelli, Dossena e o próprio Júnior) e via surgir vários jovens talentosos (Cravero, Fuser e Lentini) tendo terminado apenas na modesta 11ª colocação (entre 16 participantes).
Apesar de ser idolo indiscusso na cidade de Turim (onde é lembrado até os dias atuais, tendo sido um dos convidados mais aguardados e celebrados nas festividades do centenário do Torino ocorrido no ano passado), alguns desentendimentos com o treinador Radice acabaram levando Júnior a não renovar seu contrato com a equipe granata ao final de sua 3ª temporada na Itália.
Porém, o craque, que havia feito um acordo de 3 anos já pensando na possibilidade de voltar ao Brasil, resolveu continuar na Bota por mais alguns anos, agora no Pescara, um time bastante modesto de uma cidadezinha homônima localizada no litoral do Mar Adriático.
Eis as impressões de Júnior acerca de sua chegada à Pescara: "Ao chegar, fui recebido como jamais imaginei. Havia uma multidão entusiasmada na pista do aeroporto e até fiquei preocupado com aquela situação".
Não foi fácil, o time lutava para não cair à Serie B, mas Júnior (foto à direita - Guerin Sportivo), como capitão, se destacou tanto no comando do centrocampo do time biancoazzurro que acabou, mais uma vez, eleito para a seleção do campeonato.
Aliás, o sucesso de Júnior foi tanto que, para a temporada 1988/1989, o presidente Pietro Scibilia resolveu dispensar o iugoslavo Sliskovic, artilheiro da equipe na stagione anterior, para contratar os também brasileiros Edmar e Tita para colocá-los à disposição do treinador Giovanni Galeone.
Apesar de uma vitória histórica contra a Roma no Olimpico (3 x 1, sendo os 3 gols da equipe de Abruzzo anotados por Tita), o Pescara acabou rebaixado à Serie B junto com o ... Torino (ambos os times terminaram com 27 pontos, sendo rebaixados também o Pisa, com 23, e o Como, 22).
Com o rebaixamento do Pescara à segunda divisão do Calcio, Júnior considerou encerrada sua experiência na Europa, optando por voltar ao Flamengo, não obstante propostas do Ascoli e da Fiorentina para permanecer na Itália.
No Brasil, continuou em grande fase até encerrar a carreira aos 39 anos, tendo sido o principal artífice do título nacional conquistado pelo Flamengo em 1992, ocasião na qual foi eleito o melhor jogador do campeonato brasileiro.
Se a torcida rubro-negra até hoje tem saudades daquele lateral habilidosíssimo, também Turim e Pescara não esqueceram o Capacete, que manteve residência na cidade litorânea até algum tempo atrás e da qual ainda é embaixador.

Na Última Vez ...

10 Comments:

At 7:08 PM, Anonymous Anônimo said...

Uma pena ter ligado seu nome ao Flamengo...

 
At 7:12 PM, Anonymous Anônimo said...

Aqui se fala de calcio...rs
Não me lembro do Junior na Italia, mas é interessante saber que ele jogou com o Beppe Dossena, que comenta na RAI, e que foi treinado pelo Galeone.
Valeu Rodolfo!

 
At 7:27 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

Cyntia,
Júnior jogou muito também na Itália, onde deixou grandes admiradores.
Aliás, aquele Torino vice-campeão tinha, além de Dossena e Júnior, bons valores que depois também se destacaram em outros clubes como Giovanni Francini e Giancarlo Corradini (Napoli), Aldo Serena (Internazionale), Claudio Sclosa (Lazio) e Antonio Comi (Roma).
Abraços,

 
At 12:20 AM, Anonymous Anônimo said...

Rodolfo,

Obrigado por descrever com brilhantismo a passagem do Júnior pelo Calcio. Além de arrebentar no mais querido ao retornar ao Brasil, ainda foi brilhante, depois dos 40, no "beach soccer", modalidade hoje reconhecida pela FIFA e da qual ele foi um dos mais ilustres precurssores. Dava banho na garotada...

 
At 10:47 AM, Blogger Rodolfo Moura said...

Schina,
Muito obrigado pela participação e pelo complemento ao 'post' sobre a maravilhosa participação de Júnior no 'Beach Soccer'.
Abraços,

 
At 11:27 AM, Anonymous Anônimo said...

Júnior foi um craque. Daquela linhagem que parece não haver mais. Aquele jogador que pensava o jogo, que podia ser um maestro de um time. Na Itália ele chegou a jogar de líbero também, é mais fácil para quem sabe tudo de bola. Saudades...

 
At 4:09 PM, Anonymous Anônimo said...

Júnior foi realmente um monstro! Na passagem da adolescência para a vida adulta pude vê-lo em ação pelo Flamengo no Brasileiro-92 e Libertadores-93. Como não tinha mais fôlego para correr atrás dos adversários, o paraibano esperava um erro e então já iniciava o ataque com impressionante qualidade. Pirlo faz quase que exatamente isso hoje em dia. E não sabia que Lentini, que infelizmente não conseguiu dar ao Milan tudo aquilo que a torcida esperava, havia começado tão cedo no futebol.

 
At 7:55 AM, Blogger Rodolfo Moura said...

Prezados Michel e Gílson,
Muitíssimo obrigado pela participação. Realmente o Júnior foi um jogador diferenciado, daqueles que sabem tratar muito bem a pelota.
Quanto ao Lentini, acho que ele é um bom tema para esta coluna...
Abraços,

 
At 4:40 PM, Anonymous Anônimo said...

Do Lentini...
Sessão 'gossip', me lembro do caso dele com a mulher do Totò Schillaci. Um escândalo na época, mas isso nada tem a ver com calcio...

Ele jogou um tempo no Milan e desapareceu, Rodolfo. Onde ele está?
Gostaria de ver uma coluna sobre ele.
Abraços

 
At 4:49 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

Cyntia,
É só aguardar que já estou preparando um 'Memorabilia' com o Lentini, que foi o jogador mais caro à sua época!
Abraços,

 

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