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quinta-feira, junho 21, 2007

Memorabilia - Maradona

O jornalista ítalo-brasileiro Darwin Pastorin escreveu, uma vez, ao seu filho: "Il più grande campione che ho visto giocare è Diego Armando Maradona. Credimi, figlio mio, non esistirà mai più, nei secoli dei secoli, un altro come lui. Ha fatto dell'imperfezione la perfezione. Piccolo, gonfio, dedito ad albe stanche, svogliate e sbagliate, vittima di falsi amici e della volontà di andare oltre ogni regola, Maradona ha transformato un semplicissimo pallone di cuio in uno scrigno di bellezza".
Outros dirão que não foi o maior do mundo de todos os tempos, mas certamente há unanimidade que Diego Armando Maradona, El Pibe de Oro, foi um gênio dentro dos gramados e o melhor jogador que já passou pelos gramados da Serie A.
Nascido em Lanús, no Policlínico Evita, aos 30 de outubro de 1960, Dieguito inicou sua carreira nos Cebollitas, como são conhecidas as divisões de base do Argentinos Juniors, clube com o qual estreou profissionalmente em 1976, 10 dias antes de completar 16 anos.
Logo foi titularizado no Bicho Colorado, chegando cedo também à seleção argentina, mais precisamente em fevereiro de 1977.
No ano seguinte protagonizou sua primeira polêmica ao não ser incluído no grupo que foi campeão da Copa do Mundo disputada na própria Argentina.
Contratado pelo Boca Juniors em 1981, fez 28 gols em 40 partidas antes de ser negociado com o Barcelona, onde ficou por duas temporadas.
Se foi decepcionante sua participação no Mundial da Espanha (quando, ademais, foi expulso na partida contra o Brasil), melhor não foi sua passagem pelo time catalão, marcada principalmente por reiteradas contusões e até por uma hepatite e encerrada com uma memorabile e plateale rissa envolvendo os jogadores do Athletic Bilbao.
Assim, no dia 05 de julho de 1984 o craque argentino foi apresentado no Stadio San Paolo de Nápoles (foto mais acima - Guerin Sportivo) perante mais de 60.000 extasiados presentes (que pagaram ingressos para entrar!).
Porém, o Napoli era um time muito limitado (na temporada anterior - 1983/1984 - havia escapado do rebaixamento por um fio, ou melhor, por um único ponto) e, não obstante os 14 gols do craque em sua 1ª temporada no Calcio (apenas Platini, com 18, e Altobelli, com 17, fizeram mais que o argentino), a equipe partenopea terminou a Serie A em uma modesta 8ª colocação.
No ano seguinte chegaram o goleiro Garella (que havia sido campeão com o Verona), o líbero Renica (da Samp), o meia Pecci (da Fiorentina) e o atacante Giordano (da Lazio), proporcionando um elenco mais competitivo que resultou no bom 3º lugar da equipe Azzurra.
Porém, nada seria comparável aos anos seguintes - primeiro, comandando uma equipe apenas razoável, Maradona (foto do alto à esquerda - Guerin Sportivo) levou os argentinos ao delírio ao conquistar a Copa do México de 1986 com atuações maravilhosas e gols antológicos (suficiente lembrar os 2 anotados contra a Inglaterra).
Depois, para ser guindado definitivamente ao Olimpio, Dieguito levou o Napoli a conquistar o 1º Scudetto de sua história, deixando eufórica toda uma cidade.
Se a campanha na Serie A 1986/1987 já proporcionara a quebra de tabus importantes (como a vitória sobre a Juventus no Comunale de Turim depois de 32 anos!), o Napoli ainda conquistou a Copa Itália vencendo todos os seus compromissos - l'accoppiata scudetto-coppa (na foto à direita, no alto, Maradona com a maglia portando os scudetti referentes ao Campeonato e a Copa - Guerin Sportivo) era um feito que apenas o Grande Torino e a Juventus haviam conseguido realizar até então.
A temporada 1987/1988 ficou marcada pela decepção - participando pela 1ª vez da Coppa dei Campioni, o Napoli terminou precocemente eliminado em um confronto sfortunato contra o Real Madrid, mas dominava a Serie A com certa facilidade até que, faltando apenas 5 rodadas para o término do campeonato, perdeu os 4 pontos de vantagem que tinha sobre o Milan e permitiu que o scudetto fugisse para Milão.
Como consolo, Maradona foi o artilheiro da Serie A com 15 gols, 2 a mais que Careca, vice-artilheiro e agora já companheiro do argentino no Napoli.
A perda do campeonato para o time de Sacchi resultou na saída de vários jogadores importantes, como Bagni, Ferrario, Garella e Giordano, que foram substituídos por Alemão, Crippa, Fusi e Giuliani, mas, não obstante uma boa campanha parteonopea, o título da stagione 1988/1989 ficou com a Internazionale de Trapattoni e Matthäus, que colecionou vários recordes.
Porém, ainda na temporada encerrada em 1989, em uma final empolgante contra o Stuttgart de Klinsmann, Katanec e Buchwald, o Napoli (à esquerda Maradona - Guerin Sportivo) conquistou seu até aqui único título continental - a Copa U.E.F.A. (antes de chegar a final, os napoletanos tiveram que superar clubes como Bordeaux, Juventus e Bayern München).
Maradona sempre viveu entre os extremos e o clima em Nápoles, não obstante os retumbantes sucessos, já não era dos melhores em 1989, seja pelas suspeitas de um envolvimento com drogas e com a Camorra, seja pelas regalias cada vez mais exigidas pelo astro.
Porém, mais uma vez com grande maestria Don Diego conduziu o Napoli a conquista do seu 2º scudetto, terminando a temporada 1989/1990 2 pontos a frente do Milan dos holandeses Van Basten (que foi o capocannoniere do campeonato), Rijkaard e Gullit.
Veio a Copa do Mundo de 1990, disputada na própria Itália, e a Bota se viu dividida, entre sul e norte, na semi-final envolvendo Argentina e Itália, ocorrida exatamente no San Paolo de Nápoles!
No final, a Argentina se classificou para a finalíssima contra a Alemanha Ocidental superando a invicta Itália de Schillaci nos pênaltis, mas Maradona nunca mais seria perdoado por boa parte dos italianos.
Assim, logo em seguida a passagem de Maradona pelo Calcio foi encerrada - e de forma melancólica - quando o craque foi flagrado no controle antidoping efetuado após a partida contra o Bari válida pela temporada 1990/1991, tendo o astro sido suspenso por 18 meses.
Dessa forma, o gol, cobrando pênalti, anotado na derrota de 4 x 1 para a Sampdoria em 24 de março de 1991 (foto acima e à direita - Calderoni), foi o derradeiro dos 115 feitos com a camisa azzurra, cujo número 10 seria retirado em sua homenagem.
Posteriormente, Dieguito voltou a jogar, mas nunca mais teve o mesmo sucesso, sendo novamente flagrado em exame antidoping realizado na Copa do Mundo de 1994.
Mas, como uma vez foi dito: "Maradona giocava meglio di tutti, nonostante la droga, e non grazie ad essa"!

Na Última Vez ...

4 Comments:

At 10:44 AM, Anonymous Anônimo said...

Maradona é sempre um personagem fascinante. Não sabia dessa hepatite contraída na Espanha. Para mim, Diego é o segundo melhor jogador da história perdendo apenas para o Pelé. Boa semana!

 
At 11:38 AM, Blogger Rodolfo Moura said...

Michel,
Efetivamente, a hepatite contraída recentemente em decorrência do alcoolismo não foi a 1ª que 'Don Diego' teve, já que durante sua passagem por Barcelona teve uma de origem viral (se eu estiver escrevendo besteira em termos médicos, por favor, releve!) que o deixou afastado dos gramados por algumas semanas.
Não vi Pelé jogar, mas seus números são realmente em muito superiores ao do craque argentino, que foi o maior jogador que assisti.
Abraços,

 
At 5:43 PM, Anonymous Anônimo said...

Dieguito foi um Deus nos gramados. Disparadamente o melhor de todos os tempos! Seu talento verdadeiramente inacreditável fazia com que o Napoli pudesse disputar títulos e até eventualmente golear uma equipe que contava com cinco craques entre os maiores da história do futebol (Baresi, Maldini, Rijkaard, Gullit e van Basten) e um sem número de jogadores de ótimo nível como Ancelotti, Donadoni, Massaro etc. Há cerca de três anos, quando o argentino estava no hospital entre a vida e a morte, a RAI realizou uma homenagem a Dieguito em um dos segmentos da Domenica Sportiva. Naquela ocasião, Galliani declarou que apenas um gol anotado contra o Milan o havia feito vibrar: um que Maradona marcou de cabeça, a uma distância de cerca de 30 metros, em um confronto no San Paolo.

 
At 7:38 AM, Blogger Rodolfo Moura said...

Gílson,
Muito obrigado pela participação. Não se se concordo com você quanto a Maradona ter sido o melhor de todos os tempos, mas, certamente, o melhor que vi jogar.
Abraços,

 

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