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terça-feira, outubro 12, 2010

Memorabilia - Bertoni

No último dia 28 de setembro completaram-se 30 anos que Bertoni, cobrando magistralmente uma falta, estufou as redes do barbudo Zaninelli no confronto Fiorentina x Catanzaro, válido pela 3ª rodada do campeonato italiano da temporada 1980/1981.
Aquele gol (que pode ser assistido no vídeo ao final do post) entrou para a história não por decidir um título, mas sim por ter sido o primeiro anotado por um estrangeiro após a reabertura das fronteiras do futebol italiano, fechadas havia mais de 10 anos.
O argentino Daniel Ricardo Bertoni foi um dos 11 pioneiros que desembarcaram na Bota em junho de 1980 (era permitido apenas 1 único straniero por equipe) e, trazendo o título de campeão do mundo com a Argentina em 1978 (tendo marcado, inclusive, o último dos gols da finalíssima contra a Holanda) na bagagem (acima, Bertoni na Copa do Mundo disputada na própria Argentina - Storie di Calcio), foi também o mais caro, tendo custado aos cofres da famiglia Pontello algo próximo de 2 miliardi 800 milioni, cerca do dobro do que pago pela Roma por Falcão na mesma época.
Proveniente do espanhol Sevilla, Bertoni, vencedor de 3 Libertadores com o Independiente na década de 1970, era um puntero rápido e habilidoso, ótimo driblador, dotado de um bom feeling com o gol e que, apesar da recepção um pouco fria dos tifosi viola (temerosos de que o albiceleste viesse a substituir o beniamino Antognoni, à época cotado para se transferir à Roma), logo conquistou um espaço importante junto a Fiesole.
Depois de uma temporada apenas regular, Bertoni foi um dos principais protagonistas do campeonato 1981/1982 (ao lado uma formação da Fiorentina da época - Guerin Sportivo), até hoje inesquecível para os sportivi fiorentini, com o time gigliato chegando a última rodada empatado em pontos com a Juventus, que acabou conquistando o scudetto ao vencer o Catanzaro por 1 x 0 (gol do irlandês Brady cobrando pênalti - veja mais detalhes em http://calcioseriea.blogspot.com/2009/10/memorabilia-brady.html), enquanto a Fiorentina ficou no 0 x 0 com o Cagliari tendo um gol de Graziani anulado por decisão contestada do árbitro Mattei, que viu falta exatamente de Bertoni no goleiro sardo.
Apesar do controvertido lance, Bertoni terminou o campeonato afirmado como um dos principais astros do Calcio, tendo sido um dos artilheiros da Viola com 9 gols (mesmo número de Graziani) e seu líder inconstestável depois do dramático incidente sofrido por Antognoni (confira em http://calcioseriea.blogspot.com/2007/05/memorabilia-antognoni.html).
Apesar do reforço de Passarella (na foto ao lado, Bertoni exatamente com El Gran Capitán - Guerin Sportivo), a Fiorentina não conseguiu reeditar a temporada anterior - em muito em decorrência de uma hepatite que acometeu Bertoni e o deixou fora de boa parte do torneio - e terminou o campeonato 1982/1983 apenas na 5ª colocação, tendo sucumbido logo também na Copa U.E.F.A.
Titular da Argentina também na Copa de 1982, Bertoni, assim como a Fiorentina, voltou a ser protagonista no torneio 1983/1984, quando o técnico De Sisti inovou utilizando o atacante Massaro como finto difensore e o time, sempre brigando pela ponta, terminou na 3ª colocação, com Bertoni marcando 10 gols.
Decepcionado por não alcançar o almejado salto de qualidade, o presidente viola Ranieri Pontello resolveu, para o campeonato seguinte, puntare su Sócrates, craque brasileiro de grande qualidade técnica (mas que acabou sendo um fracasso retumbante!) e o partenopeo Corrado Ferlaino não perdeu a oportunidade de contratar aquele ala a livello d’eccellenza para se juntar a sua maior aposta, o também argentino Diego Armando Maradona!
O entrosamento com o Pibe foi imediato e Bertoni marcou 11 dos 34 gols do Napoli no campeonato 1984/1985, mas a classificação apenas intermediária acabou decepcionando porque gli altri reparti da equipe não funcionaram tão bem.
Bom cabeceador, Bertoni gostava de jogar bem aberto e fechar para o meio nas proximidades da área para concluir a gol, mas na stagione 1985/1986 (ao lado - Dfp) passou a atuar mais fixo na extrema direita, de forma a abrir espaço para o aríete Giordano, seu novo companheiro de ataque no Napoli que chegou a 3ª colocação, reduzindo bastante sua confidência com o gol - apenas 3, embora um deles de antologia contra o Lecce.
Aos 31 anos (nasceu aos 14 de março de 1955 em Bahia Blanca), Bertoni acabou preterido por Carnevale no campeonato que daria o 1º título italiano ao Napoli, tendo assinado com a Udinese treinada por seu antigo allenatore De Sisti e que contava também com seu ex companheiro Graziani.
Porém, o time friulano partiu tendo que tirar uma penalização de 9 pontos e Petete faliu o objetivo salvezza juntamente com todo o elenco, tendo realizado apenas 1 gol em 20 partidas.
Aos 32 anos, tendo realizado 42 gols em 170 partidas pela Serie A, Bertoni encerrou sua vitoriosa carreira.
Posteriormente, esse puntero que venceu a Coppa Intercontinentale aos 18 anos contra a Juventus, tentou a carreira de treinador e foi, durante muitos anos, observador da Fiorentina, sendo atualmente comentarista televisivo no canal Fox.

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4 Comments:

At 1:49 AM, Anonymous Thiago Medeiros said...

Sou um torcedor da seleção argentina, por mais estranho que pareça. Ler o nome "Bertoni" me levou ao gol e àquela guerra de 1978, na final entre Argentina x Holanda. Que eu só pude ver recentemente,já que não era nascido na época.
Ótimo contarem a história de um cara. Parabéns! Se me permitem, eu tô começando um blog meio similar, só que sobre o fut. Argentino. Se também puderem dar uma olhada... Abraços!

 
At 2:46 AM, Blogger Rodolfo Moura said...

Thiago,
Muitíssimo obrigado pela participação e parabéns pelo blog, do qual vou me tornar leitor assíduo!
Abraços,

 
At 12:43 AM, Anonymous Prisma said...

Não sabia q o Bertoni havia jogado na Itália e q foi o primeiro estrangeiro a marcar um gol no campeonato da bota. A Fiorentina disputando titulos, oh quando isso vai voltar a acontecer?

 
At 9:14 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

Xará,
Muitíssimo obrigado pela visita e, especialmente, pelo comentário!
Realmente, Bertoni não só jogou na Itália, como marcou época.
Abraços,

 

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