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quinta-feira, dezembro 31, 2009

Memorabilia - Chiappella

No dia seguinte ao Natal, o futebol perdeu Giuseppe Chiappella, grande bandiera viola, que faleceu aos 85 anos em Milão.
Nascido aos 28 de setembro de 1924 em San Donato Milanese, na província de Milano, Chiappella teve os primeiros anos de sua carreira tolhidos pela Grande Guerra que afligiu o mundo entre 1939 e 1945, despontando apenas na temporada 1946/1947 da Serie B com o Pisa, dove rimase tre stagioni.
Fisicamente muito forte, Beppe Chiappella não passou desapercebido dos dirigentes da Fiorentina, que o contrataram para o campeonato 1949/1950.
Sob o comando de Luigi Ferrero, Chiappella fez sua estréia na Serie A em 11 de setembro de 1949 em um sfortunato encontro terminado 5 x 2 para a Juventus (na foto acima, Chiappella em ação exatamente contra a Vecchia Signora - Museo Del Calcio), mas logo conquistou um posto fixo na squadra viola ... e nos corações dos tifosi gigliati!
Un pò stopper e un pò mediano, Chiappella era o típico gregario, pouco badalado pela grande imprensa, mas de vital importância para a fluência do jogo, tanto que colecionou 329 presenças com a Fiorentina, marca só posteriormente ultrapassada pelo mítico Antognoni.
Jogador de rendimento extremamente constante, Chiappella era o à época denominado centromediano metodista, ou seja, um meia postado imediamente à frente da defesa com a missão de acompanhar o atacante adversário mais perigoso.
Sob a batuta do presidente Enrico Befani e com a chegada do técnico Bernardini em 1953, Chiappella presenciou o nascimento daquela que seria la prima grande Viola - a que conquistou o scudetto da temporada 1955/1956 com o brasileiro Julinho no ataque (na foto acima, à esquerda, uma formação da Fiorentina com o símbolo do título italiano bordado no peito - Chiappella é o penúltimo agachado, da esquerda para a direita, enquanto Julinho e Amarildo estão mais à esquerda - Museo Del Calcio).
Utilizado como ultimo mediano e primo difensore, Chiappella (ao lado em ação - Museo Del Calcio) defendeu a Fiorentina até a temporada 1959/1960, chegando por 4 vezes consecutivas no 2º posto da Serie A e ainda ao vice-campeonato da Coppa dei Campioni de 1957, quando o Real Madrid bateu a Fiorentina sem seu combattivo líder, então recém lesionado em um jogo da Azzurra disputado dias antes.
Aliás, Chiappella também foi figura importante na seleção italiana durante a década de 1950, tendo estreado contra o Egito pelas Eliminatórias para a Copa de 1954 (abaixo, Chiapella é o jogador mais à direita na formação que goleou o selecionado africano por 5 x 1 no jogo da volta em Milão - Museo Del Calcio) e realizado, ao todo, 17 aparições com a Azzurra, em época que os selecionados jogavam muito menos que atualmente (de 1951 a 1960, por exemplo, a Itália jogou apenas 51 vezes).
Após pendurar as chuteiras, Chiappella, chamado de Louis Armstrong pelo vozeirão peculiar, partiu para a carreira de treinador, tendo comandado a sua Fiorentina, não interruptamente, de 1960 a 1968, conquistando duas Copas Itália e uma inédita Coppa delle Coppe em 1961, ocasião em que a squadra viola venceu o escocês Glasgow Rangers na final.
Em seguida, Chiappella treinou o Napoli por 5 campeonatos seguidos (abaixo, é o mais à direita no elenco da temporada 1972/1973, sua última no comando os partenopei - Museo Del Calcio) e depois passou 4 anos divididos igualmente entre o Cagliari e a Internazionale, com a qual conquistou dois 4º lugares e perdeu a final de uma Copa Itália frente ao Milan.
No campeonato 1977/1978 foi chamado de volta à Florença para salvar uma brutta Fiorentina do descenso, feito que conseguiu realizar, mas que não conseguiu repetir no ano seguinte com o Verona, que terminou o campeonato mesmo em último, encerrando a história de Chiappella com a Serie A.
Pisa, Pescara e Arezzo foram as últimas agremiações treinadas por Chiappella, que depois de 1985 nunca mais treinou profissionalmente.
Malato há algum tempo, Chiappella ainda pode ser recordado no vídeo abaixo, retratando momentos de uma belíssima vitória da Fiorentina sobre o Milan por 3 x 0 em 15 de abril de 1956.

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Na Última Vez ...

9 Comments:

At 7:49 PM, Blogger Braitner Moreira said...

Justamente o tipo que falta à Fiorentina hoje em dia, un pò centrale, un pò mediano...

 
At 8:05 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

Braitner,
Muito obrigado pela visita!
E, parabéns pelo resumo e final de ano no 'Quattro Tratti', que está sensacional!
Abraços,

 
At 10:10 PM, Blogger Michel Costa said...

Conhecia pouco da carreira de Chiappella, Rodolfo. Obrigado por nos presentear com esse ótimo resumo.

Abraços.

 
At 11:19 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

Michel,
Eu é que agradeço a sua visita!
Abraços,

 
At 1:33 AM, Blogger João Caniço said...

Também conhecia pouco sobre a carreira do Chiappella, Rodolfo. Após ler este excelente resumo fico com a ideia que desapareceu um grande nome do 'Calcio'.
Abraços

 
At 11:31 AM, Blogger Rodolfo Moura said...

JP,
Com certeza, Chiappella, embora pouco destacado, certamente foi um dos grandes do 'Calcio'.
Infelizmente, atualmente as pessoas dão pouco valor ao passado, até em razão das prioridades escolhidas.
Recentemente, por exemplo, estava visitando uma comunidade da Fiorentina no Orkut (também, pudera né?) e me deparei com a escolha dos 3 maiores ídolos 'viola' - por mais absurdo que pareça, o Riganò foi tão citado quanto o grande Antognoni.
Abraços,

 
At 2:03 AM, Blogger João Caniço said...

Pois é, Rodolfo, infelizmente hoje em dia é dado muito pouco valor à memória e aqueles que fizeram a história do futebol não são excepção. É uma pena que isso aconteça. Pessoalmente, aprecio sempre saber o mais possível sobre a história do desporto-rei, em especial sobre aqueles que mais se destacaram e que o ajudaram a tornar-se aquilo que é hoje, uma verdadeira religião, um fenómeno de massas, o que se quiser chamar...
Essa do Riganó tão citado quando o Antognoni é demasiado absurda para se comentar...
Abraços

 
At 12:13 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

JP,
Pois é, o Riganò ser tão citado quanto o Antognoni em qualquer enquete sobre os melhores da Fiorentina me parece tão descabido quanto tentar, por exemplo, colocar o Fábio Rochemback no mesmo patamar de José Travassos ou Albano na história do Sporting.
Abraços,

 
At 12:42 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

JP,
Aliás, se você tiver curiosidade, já postei uma 'Memorabilia' com o Antognoni - http://calcioseriea.blogspot.com/2007/05/memorabilia-antognoni.html.
Abraços,

 

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