Momento Panini - Cafu

Aos 37 anos, o brasileiro Marcos Evangelista de Moraes, mais conhecido como Cafu, acaba de enriquecer seu incrível palmarès pessoal com o título da F.I.F.A. Club World Cup Japan 2007, que vem se juntar a dois outros campeonatos mundiais de clubes conquistados anteriormente e a duas Copas do Mundo vencidas com a seleção brasileira, da qual é o recordista de aparições.
Mas o começo não foi nada fácil para o jovem nascido em São Paulo no dia 07 de junho de 1970, exatamente no momento em que Brasil e Inglaterra protagonizavam uma das partidas mais fantásticas do mundial mexicano, vencida pela seleção canarinho por 1 x 0.

Na euforia, uma enfermeira do Hospital Municipal da Rua Vergueiro profetizou ao pai do bebêzinho recém nascido: "Vai ser jogador de futebol".

Porém, antes que aquelas palavras virassem realidade, Cafu, que ainda era Marcos, tentou a sorte em diversas peneiras de clubes como São Paulo, Portuguesa, Palmeiras, Corinthians e Atlético Mineiro, sendo dispensado em todas as oportunidades que tentou.

Sem outra perspectiva, Marcos foi jogar no amador Guarani do Jardim Irene, de onde saiu para o Itaquaquecetuba, equipe da 3ª divisão do futebol paulista, em 1987, época na qual também recebeu o apelido de Cafu, em homenagem a um antigo atacante muito veloz do Fluminense, de nome Cafuringa.

E aí, em 1988, a sorte começou a mudar para o jovem futuro lateral direito (até então meio campista), que chamou a atenção do então treinador são-paulino Cilinho em um amistoso disputado contra os juvenis do tricolor paulista.
Nesta época, Firmo de Mello, o treinador que dispensou Cafu em 4 peneiras, não estava mais no Morumbi e o volante pôde fazer sua estréia no time principal do São Paulo em 26 de novembro de 1989, improvisado como substituto do lateral Zé Teodoro contra o Goiás pelo campeonato brasileiro.

De lateral improvisado, Cafu logo passou a titular absoluto da posição, conquistando um título brasileiro (1991), dois paulistas (1991 e 1992), duas Libertadores da América (1992 e 1993), duas Recopas Sul-Americanas (1992 e 1993) e uma Supercopa (1993), além dos dois mundiais interclubes já citados, nos 6 anos que ficou no São Paulo.

Depois de uma breve passagem pelo Zaragoza da Espanha, Cafu aportou no Palmeiras (antes passou alguns meses no Juventude, em decorrência de uma cláusula existente no contrato que o levou à Espanha), onde integrou o grande time custeado pela Parmalat nos anos 90.

Em 1997, o Parma optou por contar com o lateral Zé Maria, permitindo a ida de Cafu para a Roma (a figurinha mais ao alto é referente a temporada 1997/1998) juntamente com o meia Vágner e com o atacante Paulo Sérgio, que foram se juntar a Aldair no elenco romanista.

Na capital italiana, Cafu ficou por 6 temporadas - tempo suficiente para conquistar o histórico Scudetto da stagione 2000/2001 -, recebendo o apelido de Il Pendolino e se tornando um ídolo dos tifosi giallorossi.

Dono de um fôlego incrível, que possibilita que ainda hoje aos 37 anos corra como um garoto, quando cogitavam uma transferência de fim de carreira para o Yokohama Marinos, eis que Cafu foi parar no Milan - aos 33 anos!

Há 5 temporadas no clube rossonero de Milão (a figurinha à esquerda é a da temporada 2006/2007), Cafu se tornou, desde que chegou, uma peça importante no esquema do técnico Ancelotti, sob o comando do qual conquistou, principalmente, seu 2º título italiano e a última Champions League.

Agora, com 275 jogos da Serie A na bagagem, Il Pendolino ainda é uma importante peça no elenco rossonero, o que é ainda mais extraordinário considerando que Cafu continua jogando como lateral direito apoiador.

Na seleção brasileira, Cafu fez sua estréia em 1990 comandado pelo antigo giallorosso Falcão, tendo participado de 4 Copas do Mundo e disputado 3 finais de mundiais, fato inigualável até aqui.

Ao todo, o lateral que foi dispensado em todas as peneiras das quais participou, tem 142 partidas com a camisa amarelinha da seleção brasileira, marca que está muito longe de ser superada.

Alguém arrisca quando essa epopéia vai terminar?