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quinta-feira, novembro 08, 2007

Memorabilia - Liedholm

Nesta semana, mais precisamente no último dia 05, o futebol mundial perdeu um dos jogadores mais representativos da década de 1950, bem como um dos treinadores mais completos da história - Il Barone Nils Liedholm faleceu aos 85 anos em Cuccaro Monferrato (comuna no Piemonte), onde era proprietário de uma vinícula.
Liedholm nasceu na Suécia, mais precisamente em Valdemarsvik aos 8 de outubro de 1922, tendo começado sua carreira de meio campista refinado, dono de uma visão de jogo extraordinária e de um toque de bola perfeito no time da sua cidade, o Waldemarsviks IF, para prosseguí-la no IK Sleipner e depois no IFK Norrköping, até ser contratado pelo Milan na temporada 1949/1950 (na foto à direita - Gazzetta dello Sport - com a camisa rossonera com o scudetto sobre o peito), logo após ter conquistado a medalha de ouro nas Olímpiadas de 1948 em Londres.
Quando acertou sua transferência para a Itália, Liedholm procurou tranquilizar seu pai: "Em um ano ou no máximo dois eu retorno" - passou quase 60 anos no Bel Paese...
Estava formado o famoso Gre-No-Li, trio formado pelos suecos Gunnar Gren (contratado junto ao IFK Göteborg na mesma época), Gunnar Nordahl (que havia chegado no ano anterior) e pelo próprio Nils Liedholm (na foto abaixo os 3 em seqüência - Corriere della Sera) que marcou época no Milan.
Em sua temporada de estréia na Serie A, Liedholm fez logo 18 gols em 37 partidas (Nordhal anotou 35 nesta mesma temporada, até hoje record per il maggior numero di reti segnate in una stagione in Serie A!), porém, apesar do esquadrão rossonero de Milão ter alcançado a fantástica marca de 118 gols anotados (em 38 incontri, média de 3,1 por partida!), terminou o campeonato apenas no 2º lugar.
Mas na temporada seguinte, com Liedholm anotando 13 tentos em 31 partidas, Gren (que também era um interno) 9 em 36 jogos e Nordahl mais uma vez se sagrando capocannoniere da competição com 34 gols, o Milan conquistou seu 4º scudetto - o 1º a girone unico.
Já sem Gren (que se transferira à Fiorentina), mas ao lado dos danese Sörensen, do uruguaio Schiaffino e dos italianos Lorenzo Buffon (tio do atual goleiro da Juventus) e Cesare Maldini (pai de Paolo), Liedholm e Nordahl voltariam a vencer o título italiano na temporada 1954/1955, feito que Il Barone repetiria ainda em 1956/1957 e 1958/1959, este último já em companhia de José Altafini.
Liedholm, que encerrou a carreira em 1961 aos 39 anos, fez ao todo 359 partidas e 81 gols na Serie A (à direita contra o Bologna, sempre com a camisa do Milan - Corriere della Sera), conquistando ainda duas Coppe Latine (competição precursora da Copa dos Campeões disputada entre os vencedores dos campeonatos português, espanhol, francês e italiano entre 1949 e 1957).
Encerrada sua carreira agonistica, Liedholm se tornou um treinador de grande sucesso, tendo sido considerado recentemente, pela revista Guerin Sportivo, dentre os 20 migliori allenatori del dopoguerra.
Em mais de 30 anos como treinador, dirigiu as equipes do Milan, Verona, Monza, Varese, Fiorentina e Roma (entre 1973 e 1989 se alternou entre Milan e Roma, conquistando os campeonatos italianos de 1978/1979 com o clube de Milão e o de 1982/1983 com o da capital italiana, tendo Falcão no time).
Com a seleção sueca Liedholm ainda disputou a Copa do Mundo de 1958, tendo sido derrotado na final contra o Brasil de Pelé.
Considerado o mais importante jogador sueco da história (foi homenageado inclusive com um selo em 1999), Liedholm certa vez afirmou: "La mia partita migliore è stata la finale del '58 contro il Brasile"; ao que foi indagado: "Ma signor Liedholm, avete perso 5 a 2!"; para finalmente retrucar: "Sì, ma io sono uscito sull'1 a 0 per noi".

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10 Comments:

At 1:18 PM, Anonymous Anônimo said...

Rodolfo,
Muito legal seu texto sobre o Liedholm. Para nós que gostamos do calcio é impossível deixar a morte dele pasar em branco. Saber um pouco mais sobre personagens como ele nos faz ter um pouco da dimensão de um campeonato que existe há tantos anos e que nós, ainda jovens, acompanhamos com tanta paixão. Não é necessário ter vivido nessa época para 'conhecer' vários deles, que tiveram sua importância e que serviram de exemplo há tantos outros que se seguiram. Vide o lindo artigo escrito pelo Falcão.

Me lembro que quando o Sven Goran Eriksson, também sueco, coquistou um 'scudetto' com a Lazio chegaram a ousar compará-lo ao Liedholm. Que pretensão de alguns jornalistas!

Abraços,

 
At 1:52 PM, Anonymous Anônimo said...

Valeu, Rodolfo. Não tinha conhecimento de algumas informações e essa Memorabilia veio em ótima hora. E o seu texto, para variar, está perfeito.

Abs

 
At 1:52 PM, Anonymous Anônimo said...

Valeu, Rodolfo. Não tinha conhecimento de algumas informações e essa Memorabilia veio em ótima hora. E o seu texto, para variar, está perfeito.

Abs

 
At 2:00 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

Cyntia e Michel,
Muitíssimo obrigado pelas visitas. Quanto ao Eriksson, acho que ele é um técnico muito competente e com uma bela história, mas realmente passa longe de Liedholm que, além do mais, foi um cracaço em campo!
Abraços,

 
At 2:21 AM, Blogger João Caniço said...

Já desde miúdo que tinha ouvido falar no fantástico trio sueco Gre-No-Li que tinha marcado uma época no Milan, o teu texto sobre o Liedholm está muito bom, como sempre, e serviu ainda para complementar informações sobre este grande jogador e treinador recentemente desaparecido. Por exemplo não fazia ideia de que ele tinha jogado a final do Suécia 58, todas as reportagens e documentários e tudo o que tenho lido sobre esse Mundial quase que só falam de Pelé...

Abraços

 
At 2:34 AM, Blogger João Caniço said...

Ah só um pequeno comentário sobre o Eriksson, não sei se sabes mas aqui em Portugal os adeptos benfiquistas têm uma verdadeira adoração pelo técnico sueco e é sonho de muitos que regresse para treinar os 'encarnados'... afinal foi bi campeão português e ainda levou o Benfica a uma final da Taça UEFA e a uma da Champions frente ao Milan onde perdeu com golo de Rijkaard...
Quanto ao título conquistado na Lázio acho que foi mais a Juve que o perdeu do que a Lázio que o ganhou, afinal a Juve não muito longe de terminar a época tinha um avanço de quase 10 pontos...
Apesar disso reconheço que fez um bom trabalho na selecção inglesa, teve azar porque apanhou sempre Scolari pelo caminho... (2002 pelo Brasil e 2004 e 2006 por Portugal, curiosamente sempre nos 1/4 final...) e agora está a conseguir manter o Man City nos primeiros lugares da Premiership...
Abraços

 
At 10:02 AM, Anonymous Anônimo said...

Sim, JP. Já havia lido que Eriksson passou um bom período em Portugal e que, inclusive, fala português muito bem. Aliás, tenho aqui uma série que a Gazzetta dello Sport fez com ele, antes até dele vencer o título com a Lazio. Toda semana saía uma reportagem contando a história da carreira dele. Curioso é que ele treinou a Roma e a Fiorentina também entre as passagens dele pelo Benfica. E veja, até a Sampdoria!

Infelizmente, sempre notei o Eriksson mais pelos escândalos extra campo do que propriamente pelo seu talento. E concordo, a Juve deu à Lazio aquele título de bandeja...

Abraços,

 
At 11:35 AM, Blogger Rodolfo Moura said...

Prezados,
É verdade, Eriksson teve uma brilhante passagem pelo Benfica, que, principalmente nas décadas de 80/90, teve também vários jogadores suecos, como os meias Schwarz, Strömberg e Thern e o atacante Magnusson.
Quanto ao título da Lazio, efetivamente a Juve permitiu uma reação incrível do time da capital que, porém, não pode perder o mérito de ter acreditado até o último instante (até hoje me lembro da tempestade de Perugia...).
Abraços,

 
At 8:46 PM, Blogger Braitner Moreira said...

Eriksson, aliás, é um dos poucos técnicos da atual geração com sucesso em Roma e Lazio. Nas mesmas condições, só me recordo do Zeman, nos tempos atuais.

Claro que não vi Liedholm jogar. E nem me lembro de seus tempos como treinador. Mas seus feitos são dignos de nota, e é chover no molhado dizer isso. Ainda mais num comentário "de sétimo dia"...

Addio, Barone!

 
At 10:03 PM, Blogger Rodolfo Moura said...

Braitner,
Infelizmente, também só pude acompanhar 'Il Barone' já no final de sua carreira de treinador, mas, efetivamente, os depoimentos sobre sua importância para o futebol, em especial o 'Calcio', são de arrepiar!
Abraços,

 

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