Memorabilia - Platini
A polêmica instalada com a enquete do jornal italiano La Reppublica que questiona qual o melhor jogador brasileiro que chegou na Itália desde os anos 80 persiste, ainda mais agora que Zico ultrapassou Falcão na preferência (Zico está com 27% das indicações, enquanto Falcão ficou estacionado nos 26%).
De qualquer maneira, é certo que o jogador estrangeiro que mais se destacou no Calcio na primeira metada da década de 80 não foi brasileiro, mas sim francês - Michel Platini, ou Le Roi Michel como os italianos gostam!
Contratado pela Juventus logo após a Copa do Mundo de 82 (onde obteve, com a seleção francesa, um honroso 4º lugar), com a difícil missão de substituir o irlandês William (Liam) Brady (transferido à Sampdoria), que fora campeão italiano nas duas temporadas anteriores, Platini (foto ao lado - Giglio) foi, já em sua primeira temporada, artilheiro da Serie A com 16 gols em 30 jogos, apesar de não ser um atacante, mas sim um legítimo 10.
Mas o Scudetto da temporada 1982/1983 ficaria mesmo com a Roma de Falcão e Bruno Conti, vez que a Juventus acabou sendo penalizada por um início de temporada complicado, até em razão da adaptação do seu novo craque ao futebol peninsular.
Não obstante a decepção na Serie A, Platini e a Juventus seriam campeões da Copa Itália e alcançariam a final da Copa dos Campeões (atual Champions League), onde seriam derrotados pelos alemães do Hambourg comandados pelo atual treinador do Bayern München, Felix Magath.
Na temporada seguinte a Roma, detentora do Scudetto e reforçada por Cerezo era a favorita, mas foi a Udinese de Zico que largou na frente. Porém, a Juventus conseguiu impor sua superioridade e conquistou um título que foi disputado até o fim. Mais uma vez ele, Michel Platini, foi o artilheiro da Serie A, desta vez com 20 gols, 1 a mais que Zico e 7 na frente de seu companheiro de time, um tal Paolo Rossi.
Na Europa, a Juventus de Tacconi, Gentile, Cabrini, Scirea, Tardelli, Rossi, Boniek e Platini seria campeã da Recopa (atualmente extinta).
Mas o ano de 1984 ainda reservaria para Michel Platini a maior conquista internacional de sua carreira - o Campeonato Europeu de Nações! Com uma campanha impecável (5 vitórias em 5 jogos), a França conquistou com autoridade seu primeiro título relevante e teve em Platini seu grande líder e artilheiro da competição - 8 gols em 5 jogos, sendo que o vice-artilheiro da competição foi o dinamarquês Arnesen, com apenas 3.
Aliás, em 1984 Platini foi agraciado com o título de melhor jogador europeu da temporada (Ballon D'Or) pela France Football, feito que havia conquistado em 1983 e se repitiria em 1985 (apenas os holandeses Cruyff e Van Basten também ganharam 3 títulos iguais, mas não em seqüência).
A temporada 1984/1985 começou com a Juventus conquistando a Supercopa Européia, com vitória de 2 x 0 sobre o Liverpool, mas o título da Serie A ficou com o supreendente Verona de Galderisi e de Elkjaer, restando a Vecchia Signora apenas o 6º lugar.
Porém, mais uma vez Platini (foto ao lado - Giglio) terminou a temporada como artilheiro da Serie A com 18 gols, 1 a mais que Altobelli da Internazionale.
Só que a temporada não foi ruim para a Juventus, que finalmente conquistou a Copa dos Campeões (com uma vitória sobre o Liverpool na tragédia de Heysel) e a Copa Intercontinental (vitória contra o Argentinos Juniors).
A temporada 1985/1986 não viu Platini mais uma vez artilheiro da Serie A (o artilheiro foi o romanista Pruzzo, com 19 gols, enquanto Platini fez apenas 12), mas campeão ao final de mais um embate de uma renovada Juventus contra a Roma.
Após mais uma Copa do Mundo (onde a França terminou em 3º lugar), Platini disputou sua última temporada como jogador (Le Roi Michel encerrou a carreira com apenas 32 anos) e viu a Juventus ficar com o vice-campeonato da Serie A, atrás apenas do Napoli regido pelo jogador que iria marcar a 2ª metade da década de 80 no Calcio - Diego Armando Maradona.
1 Comments:
Platini é um dos maiores.
Belo texto.
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